29 dezembro 2008
25 dezembro 2008
22 dezembro 2008
conhecer-te
quem és tu que chegas
e eu tenho medo de gastar?
onde é que te encaixo
se, parece, já cá tinhas lugar?
estranha conhecida, acabada de chegar
novidade que sabe a "desde sempre"
uma visita que entrou há pouco tempo
e já parece que sempre foi da minha gente
desvendar porque é que te conheco
e me sabes a "claro que sim",
é arte subtil de beijos e relances.
é coisa esguia que me foge.
a caminho...!
e eu tenho medo de gastar?
onde é que te encaixo
se, parece, já cá tinhas lugar?
estranha conhecida, acabada de chegar
novidade que sabe a "desde sempre"
uma visita que entrou há pouco tempo
e já parece que sempre foi da minha gente
desvendar porque é que te conheco
e me sabes a "claro que sim",
é arte subtil de beijos e relances.
é coisa esguia que me foge.
a caminho...!
19 dezembro 2008
11 dezembro 2008
10 dezembro 2008
09 dezembro 2008
07 dezembro 2008
06 dezembro 2008
01 dezembro 2008
26 novembro 2008
21 novembro 2008
06 novembro 2008
o triunfo da consciência
O filme, de 1957, é de Sidney Lumet e é uma adaptação de uma peça de Reginald Rose, com o mesmo nome.
Não é uma adaptação qualquer. O filme é brilhante e totalmente sustentado na interpretação dos actores. Quase que esgotou toda a hipótese de fazer algo de novo em torno do tema: 12 jurados encarregados de decidir se um réu acusado de homicídio é culpado ou não.
O filme é um “achado” para a cadeira de comportamento organizacional. Quase tudo, ou talvez mesmo tudo, pode ser aproveitado. Para o tema abordado, “dinâmicas de grupo e equipas”, o filme é quase uma aula, um workshop em que a sala é um laboratório e os actores, ratos numa experiência.
Uma das primeiras cenas na sala, apresenta-nos a opinião dominante que soa a decisão tomada de forma rápida, porque o caso é evidente. É “óbvio” que o réu é culpado.
Resistindo à maioria que quer forçar uma decisão para resolver o assunto de forma rápida, Davies (Henry Fonda), vota inocente. Desenrola-se um processo de argumentação e contra-argumentação. Torna-se clara a existência de dúvida razoável. A maioria diluí-se. As mentes oscilam. A votação muda e um a um, os votos “culpado” mudam para “inocente”.
Muita coisa muda durante o filme. A autoridade formal, apenas de cariz organizativo, torna-se apenas o garante do protocolo das votações e surge uma liderança informal, com Davies à cabeça. Não porque este assim o quer mas porque os seus argumentos são fortes e, acima de tudo, porque acredita neles, não tem medo de os defender e não os impõe a ninguém. “The soft sell” como diz um dos actores, a dada altura. A coerência de raciocínio vende-se a si mesma e convence até o mais racional, por um lado, e o mais emocional, por outro, dos jurados.
Davies é o que melhor assume e compreende a responsabilidade que tem como jurado e por isso, os outros começam a vê-lo como líder. Sabendo que têm o seu apoio, ganham coragem para dar voz à sua consciência.
A honestidade e “boa fé”, acabam por triunfar sobre o preconceito, as “vistas curtas”, as lógicas simplistas, os rancores e orgulhos. Ruídos e sons que tentam abafar o silêncio interior, onde fala a consciência de cada um.
Não interessa se o réu é culpado ou não. Se a decisão é errada, é porque os advogados não foram capazes de apurar toda a verdade dos factos. Ou, simplesmente, não foi possível prová-lo para além da dúvida. É que, no contexto do filme, é o processo de decisão que interessa. A dúvida razoável é uma ressalva e defesa contra as decisões precipitadas só porque “parece” ou é “óbvio”. Quase nada é óbvio. Nem um bom cristão pode dizer que Deus é óbvio!
12 Angry Men é um filme, uma história sobre o triunfo da consciência. Não era possível condenar o réu a uma pena tão grave, apenas com base em provas circunstanciais. Havia muitas questão que suscitavam perguntas. Onze jurados, de consciência entorpecida quase se deixaram levar. Porque o décimo segundo teve coragem de seguir a consciência, todos acordaram. Todos se puseram a pensar. A voz da consciência triunfou…
Davies tem valor, não porque convenceu 11 pessoas a passar para o lado dele, mas porque conseguiu abrir os olhos dos outros para uma realidade que lhe era exterior. Ele só disse que não era possível condenar uma pessoa tendo as razões, tantas lacunas.
A honestidade a todos os níveis, a humildade e a integridade são fundamentais em qualquer organização. São valores que se devem cultivar dentro e fora das mesmas.
12 Angry Men é uma lição. Todos nós poderemos ter de um dia ser um Davies… ou, às vezes mais difícil, ser um dos jurados que, vendo o erro que cometeu, teve a coragem precisa para ser humilde e escolher a opção mais verdadeira.
Não é uma adaptação qualquer. O filme é brilhante e totalmente sustentado na interpretação dos actores. Quase que esgotou toda a hipótese de fazer algo de novo em torno do tema: 12 jurados encarregados de decidir se um réu acusado de homicídio é culpado ou não.
O filme é um “achado” para a cadeira de comportamento organizacional. Quase tudo, ou talvez mesmo tudo, pode ser aproveitado. Para o tema abordado, “dinâmicas de grupo e equipas”, o filme é quase uma aula, um workshop em que a sala é um laboratório e os actores, ratos numa experiência.
Uma das primeiras cenas na sala, apresenta-nos a opinião dominante que soa a decisão tomada de forma rápida, porque o caso é evidente. É “óbvio” que o réu é culpado.
Resistindo à maioria que quer forçar uma decisão para resolver o assunto de forma rápida, Davies (Henry Fonda), vota inocente. Desenrola-se um processo de argumentação e contra-argumentação. Torna-se clara a existência de dúvida razoável. A maioria diluí-se. As mentes oscilam. A votação muda e um a um, os votos “culpado” mudam para “inocente”.
Muita coisa muda durante o filme. A autoridade formal, apenas de cariz organizativo, torna-se apenas o garante do protocolo das votações e surge uma liderança informal, com Davies à cabeça. Não porque este assim o quer mas porque os seus argumentos são fortes e, acima de tudo, porque acredita neles, não tem medo de os defender e não os impõe a ninguém. “The soft sell” como diz um dos actores, a dada altura. A coerência de raciocínio vende-se a si mesma e convence até o mais racional, por um lado, e o mais emocional, por outro, dos jurados.
Davies é o que melhor assume e compreende a responsabilidade que tem como jurado e por isso, os outros começam a vê-lo como líder. Sabendo que têm o seu apoio, ganham coragem para dar voz à sua consciência.
A honestidade e “boa fé”, acabam por triunfar sobre o preconceito, as “vistas curtas”, as lógicas simplistas, os rancores e orgulhos. Ruídos e sons que tentam abafar o silêncio interior, onde fala a consciência de cada um.
Não interessa se o réu é culpado ou não. Se a decisão é errada, é porque os advogados não foram capazes de apurar toda a verdade dos factos. Ou, simplesmente, não foi possível prová-lo para além da dúvida. É que, no contexto do filme, é o processo de decisão que interessa. A dúvida razoável é uma ressalva e defesa contra as decisões precipitadas só porque “parece” ou é “óbvio”. Quase nada é óbvio. Nem um bom cristão pode dizer que Deus é óbvio!
12 Angry Men é um filme, uma história sobre o triunfo da consciência. Não era possível condenar o réu a uma pena tão grave, apenas com base em provas circunstanciais. Havia muitas questão que suscitavam perguntas. Onze jurados, de consciência entorpecida quase se deixaram levar. Porque o décimo segundo teve coragem de seguir a consciência, todos acordaram. Todos se puseram a pensar. A voz da consciência triunfou…
Davies tem valor, não porque convenceu 11 pessoas a passar para o lado dele, mas porque conseguiu abrir os olhos dos outros para uma realidade que lhe era exterior. Ele só disse que não era possível condenar uma pessoa tendo as razões, tantas lacunas.
A honestidade a todos os níveis, a humildade e a integridade são fundamentais em qualquer organização. São valores que se devem cultivar dentro e fora das mesmas.
12 Angry Men é uma lição. Todos nós poderemos ter de um dia ser um Davies… ou, às vezes mais difícil, ser um dos jurados que, vendo o erro que cometeu, teve a coragem precisa para ser humilde e escolher a opção mais verdadeira.
28 outubro 2008
"Any customer can have a car painted any colour that he wants so long as it is black"
Henry Ford
Outros tempos. outras estratégias. mercados por explorar.
Por não ser capaz de se adaptar atempadamente a um mercado cada vez mais fragmentado, a Ford acabou por perder a sua posição de líder de mercado. Posição essa, que nunca voltou a recuperar...
Nada é eterno. Para cada Golias, há sempre um David.
25 outubro 2008
24 outubro 2008
16 outubro 2008
Gente de fé
"Os recentes debates políticos mostraram muita gente de fé. Ao contrário do que se pensa, existem em Portugal multidões capazes de lutar com paixão por questões de princípio, no aborto, divórcio ou homossexualidade. De ambos os lados do debate.
Um militante do PCP ou Bloco de Esquerda é, em geral, uma pessoa de fé sólida, que apregoa fervorosamente os seus dogmas, cumpre ritos e respeita os seus mestres. Diz-se ateu e as suas posições são largamente opostas às de cristãos ou muçulmanos, mas o estilo é idêntico. Pode sentir isto como um insulto, mas é uma pessoa devota.
A cultura dominante menospreza a fé, considerada tacanha, boçal, supersticiosa. Compreende-se, pois a História mostra muitos fanatismos destrutivos. Isso aliás é já evidente nos actuais confrontos, onde os bem-intencionados activistas pretendem derrubar alegremente as regras básicas da família com consequências profundas que nem sequer entendem.
Tal como os seus igualmente bem-intencionados avós, apaixonados pela revolução proletária, criaram as maiores catástrofes do século passado. Mas as grandes mudanças da Humanidade, boas como más, só foram possíveis com pessoas de convicções fortes.
Por isso os actuais militantes dos movimentos contra a família, mesmo enganados, são pessoalmente muito melhores que tantos políticos do bloco central que, cínicos, interesseiros e desiludidos, apenas se excitam com interesses mesquinhos. Estes são mais sensatos, mas não fazem nem bem nem mal por falta de ânimo. Qualquer que seja a sua orientação, a fé é a grande força da humanidade."
João César das Neves in Destak 16.10.2008
Um militante do PCP ou Bloco de Esquerda é, em geral, uma pessoa de fé sólida, que apregoa fervorosamente os seus dogmas, cumpre ritos e respeita os seus mestres. Diz-se ateu e as suas posições são largamente opostas às de cristãos ou muçulmanos, mas o estilo é idêntico. Pode sentir isto como um insulto, mas é uma pessoa devota.
A cultura dominante menospreza a fé, considerada tacanha, boçal, supersticiosa. Compreende-se, pois a História mostra muitos fanatismos destrutivos. Isso aliás é já evidente nos actuais confrontos, onde os bem-intencionados activistas pretendem derrubar alegremente as regras básicas da família com consequências profundas que nem sequer entendem.
Tal como os seus igualmente bem-intencionados avós, apaixonados pela revolução proletária, criaram as maiores catástrofes do século passado. Mas as grandes mudanças da Humanidade, boas como más, só foram possíveis com pessoas de convicções fortes.
Por isso os actuais militantes dos movimentos contra a família, mesmo enganados, são pessoalmente muito melhores que tantos políticos do bloco central que, cínicos, interesseiros e desiludidos, apenas se excitam com interesses mesquinhos. Estes são mais sensatos, mas não fazem nem bem nem mal por falta de ânimo. Qualquer que seja a sua orientação, a fé é a grande força da humanidade."
João César das Neves in Destak 16.10.2008
30 setembro 2008
Modern Times
Modern Times é uma crítica, disfarçada de comédia, à era industrial e à mentalidade mecanicista vigente durante as primeiras décadas do século XX. Foi realizado em 1936 por Charlie Chaplin, que é também a personagem principal.
A acção decorre durante os anos da Grande Depressão, em que a escassez de emprego e o colapso da economia forçavam grande parte da população a viver em condições de extrema pobreza.
O filme inicia-se com o rebanho a ir trabalhar. O indivíduo sujeito ao colectivo e de consciência anestesiada, caminha amorfo.
De seguida, aparece-nos Chaplin, na pele da sua personagem “The Tramp”, a trabalhar numa fábrica da Electro Steel Company. Nesta primeira parte do filme, faz uma sátira à linha de montagem, o Taylorismo, em que o empregado é apenas mais uma peça na engrenagem. O trabalho é monótono, os processos são repetitivos. O que importa é a produtividade e quase não há tempo para fazer uma pausa.
Numa fábrica moderna e eficiente, o ser humano não é visto como uma pessoa humana e, como tal, é asfixiado. Citando o Papa João Paulo II, na sua encíclica Laborem Exercens “o trabalho é para o homem, e não o homem para o trabalho”. A primeira parte de Modern Times, comunica-nos isto mesmo.
Chaplin, não aguentando a monotonia e a velocidade cada vez maior da linha de montagem, sofre um esgotamento nervoso, sendo levado ao hospital.
Recuperado mas sem emprego, Charlot, vê-se entregue às ruas. Acaba por ser confundido com um dirigente comunista e é preso durante uma manifestação.
Nada melhor. Um Chaplin, pedinte e de espírito quebrado, prefere comida quente e cama lavada a ser livre, não querendo sair da prisão. Nem quando lhe é concedido um perdão por ter impedido uma revolta de prisioneiros.
Já liberto, Chaplin só pensa em voltar para a prisão, onde está “seguro”.
O ser humano nem sempre é racional. Por vezes, as condições extremas e desesperadas fazem-nos mais primários. Queremos onde dormir e o que comer. Para o resto, não sobra ânimo ou energias. Isto faz-nos olhar de maneira diferente para a pobreza.
Mas Modern Times, também é um filme sobre um amor que floresce entre Chaplin e uma jovem mulher. Ela é pobre e órfã, separada das suas irmãs e procurada pelas autoridades por não querer ir para uma instutuição.
O filme termina com os dois a caminhar rumo a um futuro desconhecido. Caminham juntos e de cabeça erguida. Recusam o desespero e abrem um sorriso. Lutam por ir, uma e outra vez, ao encontro da Vida, da Dignidade, da Felicidade. Constroem um final feliz.
Modern Times é uma comédia carregada de fortes críticas sociais. Um filme “levezinho” que fala de temas fundamentais para a sociedade. Um filme que nos interpela a nós como cidadãos.
A acção decorre durante os anos da Grande Depressão, em que a escassez de emprego e o colapso da economia forçavam grande parte da população a viver em condições de extrema pobreza.
O filme inicia-se com o rebanho a ir trabalhar. O indivíduo sujeito ao colectivo e de consciência anestesiada, caminha amorfo.
De seguida, aparece-nos Chaplin, na pele da sua personagem “The Tramp”, a trabalhar numa fábrica da Electro Steel Company. Nesta primeira parte do filme, faz uma sátira à linha de montagem, o Taylorismo, em que o empregado é apenas mais uma peça na engrenagem. O trabalho é monótono, os processos são repetitivos. O que importa é a produtividade e quase não há tempo para fazer uma pausa.
Numa fábrica moderna e eficiente, o ser humano não é visto como uma pessoa humana e, como tal, é asfixiado. Citando o Papa João Paulo II, na sua encíclica Laborem Exercens “o trabalho é para o homem, e não o homem para o trabalho”. A primeira parte de Modern Times, comunica-nos isto mesmo.
Chaplin, não aguentando a monotonia e a velocidade cada vez maior da linha de montagem, sofre um esgotamento nervoso, sendo levado ao hospital.
Recuperado mas sem emprego, Charlot, vê-se entregue às ruas. Acaba por ser confundido com um dirigente comunista e é preso durante uma manifestação.
Nada melhor. Um Chaplin, pedinte e de espírito quebrado, prefere comida quente e cama lavada a ser livre, não querendo sair da prisão. Nem quando lhe é concedido um perdão por ter impedido uma revolta de prisioneiros.
Já liberto, Chaplin só pensa em voltar para a prisão, onde está “seguro”.
O ser humano nem sempre é racional. Por vezes, as condições extremas e desesperadas fazem-nos mais primários. Queremos onde dormir e o que comer. Para o resto, não sobra ânimo ou energias. Isto faz-nos olhar de maneira diferente para a pobreza.
Mas Modern Times, também é um filme sobre um amor que floresce entre Chaplin e uma jovem mulher. Ela é pobre e órfã, separada das suas irmãs e procurada pelas autoridades por não querer ir para uma instutuição.
De peripécia em peripécia, The Gamin e The Tramp, lutam juntos por uma vida melhor. A alegria regressa. O sonho volta. O ser humano desperta. A diginidade é reconquistada.
Quando os dois encontram finalmente, um emprego fixo, as autoridades encontram a jovem mulher e o casal vê-se obrigado a fugir. A vida dá outra cambalhota.
Quando os dois encontram finalmente, um emprego fixo, as autoridades encontram a jovem mulher e o casal vê-se obrigado a fugir. A vida dá outra cambalhota.
O filme termina com os dois a caminhar rumo a um futuro desconhecido. Caminham juntos e de cabeça erguida. Recusam o desespero e abrem um sorriso. Lutam por ir, uma e outra vez, ao encontro da Vida, da Dignidade, da Felicidade. Constroem um final feliz.
Modern Times é uma comédia carregada de fortes críticas sociais. Um filme “levezinho” que fala de temas fundamentais para a sociedade. Um filme que nos interpela a nós como cidadãos.
Um filme ainda, em muitos aspectos, actual.
23 setembro 2008
o ananás vol.1
o Ananás sempre foi o outsider da família.
cabelo espetado, casca dura; sempre no seu mundo.
sempre achou que ser rebelde é que era...!
acho que foi o tio Côco que o influenciou...
o tio côco também tinha o seu mundo à parte, digamos...
nunca fazia a barba, sempre com um ar meio sujo...!
morava nos trópicos. boa vida, passar o dia na praia... tão a ver o género?
casou com a tia Palmeira, e pouco mais disse ao resto da família.
um ou outro postal no Natal e pronto.
sempre achei que ele mandava esses postais só para fazer inveja.
tipo "bora lá mostrar aos reféns do sistema o bom que é viver numa ilha tropical!"
mas estávamos a falar do ananás...
esse gajo nunca soube o que era um pente!
sempre que ele vinha sair connosco éramos barrados!
até os Bananas entravam...! só nós é que não...
ontem recebi uma carta do Ananás...!
não tinha notícias dele há uns três anos, desde que ele mandou aquela fotografia que tirou no Nepal, à porta do templo, de mochila às costas.
nas costas dizia: "um abraço do teu primo Cristas! por aqui tudo em altas. bom karma, boa onda... o universo está em harmonia"
Cristas era o nome de rua que ele tinha, dos tempos do gangue;
nunca deixou de usar esse nome, mesmo depois de ter renascido para a verdadeira luz cósmica da verdade celestial...!
nunca percebi lá muito bem o que se passava naquela cabeça...!
estranhei receber uma carta dele.
apesar de uma ligação que sempre ficou, fomos perdendo o contacto...
contava que
cabelo espetado, casca dura; sempre no seu mundo.
sempre achou que ser rebelde é que era...!
acho que foi o tio Côco que o influenciou...
o tio côco também tinha o seu mundo à parte, digamos...
nunca fazia a barba, sempre com um ar meio sujo...!
morava nos trópicos. boa vida, passar o dia na praia... tão a ver o género?
casou com a tia Palmeira, e pouco mais disse ao resto da família.
um ou outro postal no Natal e pronto.
sempre achei que ele mandava esses postais só para fazer inveja.
tipo "bora lá mostrar aos reféns do sistema o bom que é viver numa ilha tropical!"
mas estávamos a falar do ananás...
esse gajo nunca soube o que era um pente!
sempre que ele vinha sair connosco éramos barrados!
até os Bananas entravam...! só nós é que não...
ontem recebi uma carta do Ananás...!
não tinha notícias dele há uns três anos, desde que ele mandou aquela fotografia que tirou no Nepal, à porta do templo, de mochila às costas.
nas costas dizia: "um abraço do teu primo Cristas! por aqui tudo em altas. bom karma, boa onda... o universo está em harmonia"
Cristas era o nome de rua que ele tinha, dos tempos do gangue;
nunca deixou de usar esse nome, mesmo depois de ter renascido para a verdadeira luz cósmica da verdade celestial...!
nunca percebi lá muito bem o que se passava naquela cabeça...!
estranhei receber uma carta dele.
apesar de uma ligação que sempre ficou, fomos perdendo o contacto...
contava que
22 setembro 2008
o que poucos sabem e todos queremos aprender.
difícil é continuar...
mas parar é fugir. E na fuga, morre-se por dentro.
partimos, vamos, somos; e continuamos...
continuar é próprio de quem ama, de quem não foge, de quem escolhe a vida que é Livre.
continuar é permanecer...
permanecer fiel ao que de mais genuíno temos.
é permanecer fiel aos nossos sonhos.
continuar põe-nos a caminho.
implica sair para algum sítio novo, voltar para um antigo, ou seguir onde estamos...
difícil... difícil é continuar; partir, ir e ser, faz-se no mesmo fôlego...
é o exercício de encher de ar fresco, um peito pesado e cansado, que custa.
continuar só porque tudo o resto continua, é apenas ir andando.
continuar depois das descontinuidades, é uma arte que poucos sabem e todos queremos aprender.
para continuar, é preciso que se continue de dentro para fora.
é preciso que cada passo seja nosso e dado por inteiro.
é preciso um coração vivo, todos os dias.
que difícil que é continuar... ás vezes...
obriga-nos a ir buscar toda a garra que temos para aceitar o momento presente, tal como ele é.
noutras, continuar é tão fácil que nem damos por isso...!
é difícil continuar...
mas olhar para trás e ver tudo o que já continuámos, faz-nos abrir um sorriso e dizer tá muita bom...
é nesses profundos momentos, que temos vislumbres do que é ser mesmo Livre...
é sabendo que se continuou e que por isso estamos mais vivos do que ontem, que se vê sentido em continuar.
para continuar é preciso estar em paz com o passado, ter esperança no futuro e ser inteiro no presente.
continuar é próprio de quem luta.
é próprio de quem tenta ser Alegre; é próprio de quem chora e sofre, de quem se ri, acorda feliz ou menos bem, de quem se sente sozinho, de quem conta com os amigos; é próprio de quem está Vivo.
continuar é, portanto, próprio de mim...!
mas parar é fugir. E na fuga, morre-se por dentro.
partimos, vamos, somos; e continuamos...
continuar é próprio de quem ama, de quem não foge, de quem escolhe a vida que é Livre.
continuar é permanecer...
permanecer fiel ao que de mais genuíno temos.
é permanecer fiel aos nossos sonhos.
continuar põe-nos a caminho.
implica sair para algum sítio novo, voltar para um antigo, ou seguir onde estamos...
difícil... difícil é continuar; partir, ir e ser, faz-se no mesmo fôlego...
é o exercício de encher de ar fresco, um peito pesado e cansado, que custa.
continuar só porque tudo o resto continua, é apenas ir andando.
continuar depois das descontinuidades, é uma arte que poucos sabem e todos queremos aprender.
para continuar, é preciso que se continue de dentro para fora.
é preciso que cada passo seja nosso e dado por inteiro.
é preciso um coração vivo, todos os dias.
que difícil que é continuar... ás vezes...
obriga-nos a ir buscar toda a garra que temos para aceitar o momento presente, tal como ele é.
noutras, continuar é tão fácil que nem damos por isso...!
é difícil continuar...
mas olhar para trás e ver tudo o que já continuámos, faz-nos abrir um sorriso e dizer tá muita bom...
é nesses profundos momentos, que temos vislumbres do que é ser mesmo Livre...
é sabendo que se continuou e que por isso estamos mais vivos do que ontem, que se vê sentido em continuar.
para continuar é preciso estar em paz com o passado, ter esperança no futuro e ser inteiro no presente.
continuar é próprio de quem luta.
é próprio de quem tenta ser Alegre; é próprio de quem chora e sofre, de quem se ri, acorda feliz ou menos bem, de quem se sente sozinho, de quem conta com os amigos; é próprio de quem está Vivo.
continuar é, portanto, próprio de mim...!
21 setembro 2008
the darjeeling limited
vi este filme no outro dia.
algumas ideias soltas:
o homem ocidental, moderno, tem muito barulho à volta. Custa-lhe estar em silêncio, encontrar-se e estar, completamente, no momento presente.
as "hierarquias" e maneiras de estar entre irmãos não mudam.
três homens, filhos do mesmo pai e da mesma mãe, embarcaram numa espécie de aventura espiritual em que tudo estava planeado e organizado. Era só chegar e adquirir um momento de introspecção de um qualquer menu zen.
é claro que não resultou.
partiram três indivíduos, independentes. Voltaram três irmãos, Livres.
07 setembro 2008
mistérios...
"aprendi uma coisa na minha vida, ao caminhar:
não posso ganhar a Deus quando se trata de dar.
por mais que queira dar-lhe, Ele ganha-me sempre, porque me devolve muito mais do que aquilo que lhe pedi.
pode dar-se sem se amar; não se pode amar sem dar.
dar não é porque tenho, antes tenho porque dou. E quando Deus me pede, é quando me quer dar. E quando Deus me dá, é quando me quer pedir.
se quiseres, podes tentar e começa hoje a dar; verás que dentro em pouco, tu também poderás dizer:
aprendi uma coisa na minha vida, ao caminhar:
não posso ganhar a Deus quando se trata de dar"
autor desconhecido... para mim...! não, não foi a Madre Teresa...
07 agosto 2008
CAMTIL...
...nas palavras de uma animada,
"procuro caras amigas
enquanto o comboio não parte
dou um passo em frente
em direcção ao desconhecido
procuro palavras certas
mas tudo me sai errado
os dias passam
a cara sempre igual
oiço um breve, gentil - "olá"
de outro como eu
entrego-lhe um breve
mas sentido sorriso
as coisas mudam
vejo cor em tudo o que faço
inspiro alegria sempre que dou um passo
acaba
acaba mas uma coisa aprendi
acaba mas uma coisa fiz
com a ajuda dos outros cresci
com a ajuda dos outros vi
é assim o camtil
conhecemos pessoas
conhecemos sentimentos
uma lágrima dedicas
a todos os que partem
conheces-te a ti"
por Geca
é verdade... também fiquei a achar que é mesmo assim o camtil...!
faz-me pensar que isto de sair de nós mesmos para tentar dar um pouco do que temos aos outros, é mesmo Verdade... faz-nos entrar em cada vez mais Vida... e isso é bom...
pobres de nós, se andassemos por aí feitos mortos-vivos...!
"procuro caras amigas
enquanto o comboio não parte
dou um passo em frente
em direcção ao desconhecido
procuro palavras certas
mas tudo me sai errado
os dias passam
a cara sempre igual
oiço um breve, gentil - "olá"
de outro como eu
entrego-lhe um breve
mas sentido sorriso
as coisas mudam
vejo cor em tudo o que faço
inspiro alegria sempre que dou um passo
acaba
acaba mas uma coisa aprendi
acaba mas uma coisa fiz
com a ajuda dos outros cresci
com a ajuda dos outros vi
é assim o camtil
conhecemos pessoas
conhecemos sentimentos
uma lágrima dedicas
a todos os que partem
conheces-te a ti"
por Geca
é verdade... também fiquei a achar que é mesmo assim o camtil...!
faz-me pensar que isto de sair de nós mesmos para tentar dar um pouco do que temos aos outros, é mesmo Verdade... faz-nos entrar em cada vez mais Vida... e isso é bom...
pobres de nós, se andassemos por aí feitos mortos-vivos...!
09 julho 2008
07 julho 2008
22 junho 2008
17 junho 2008
30 maio 2008
28 maio 2008
19 maio 2008
Peregrinar
"Caminham em filas ao lado das estradas nacionais, por trilhos de terra batida, atravessando pequenos povoados que antes desconheciam, cruzando horas e horas a paisagem de giestas e silêncio.
Têm em português um nome que deriva de uma forma latina: Per ager, que significa "através dos campos"; ou Per eger, "para lá das fronteiras". Definem-se, assim, por uma extraterritorialidade simbólica que os faz, momentaneamente, viver sem cidade e sem morada.
Experimentam uma espécie de nomadismo: não se demoram em parte alguma, comem ao sabor da própria jornada, dormem aqui e ali. Num tempo ferozmente cioso da produção e do consumo, eles são um elogio da frugalidade e do dom. Relativizam a prisão de comodismos, necessidades, fatalismos e desculpas. E o seu coração abre-se à revelação de um sentido maior.
A verdade é que é difícil ter uma vida interior de qualidade, se nem vida se tem, no atropelo de um quotidiano que devora tudo. Na saturação das imagens que nos são impostas, vamos perdendo a capacidade de ver. No excesso de informação e de palavra, esquecemos a arte de ouvir e comunicar vida. Damos por nós, e há, à nossa volta, um deserto sem resposta que cresce. E quando nos voltamos para Deus, parece que não sabemos rezar.
Estes peregrinos que tornam a encher as estradas de Fátima (mas também de Santiago, de Chartres, do Loreto.) assinalam-nos o dever de buscar a estrada luminosa da própria vida. Já não separam a existência por gavetas estanques, mas o seu corpo e a sua alma respiram em uníssono.
A oração torna-se natural como uma conversa, e as conversas enchem-se de profundidade, de atenção, de sorrisos. A parte mais importante dos quilómetros que percorrem não está em nenhum mapa: eles caminham para um centro invisível onde pode acontecer o encontro e o renascimento.
Queria dedicar este texto a um amigo que, neste mês de Maio, fez a sua primeira peregrinação. A meio do caminho enviou-me uma mensagem a dizer: «Aprendo a rezar com os pés»."
José Tolentino Mendonça in http://www.ecclesia.pt/
Têm em português um nome que deriva de uma forma latina: Per ager, que significa "através dos campos"; ou Per eger, "para lá das fronteiras". Definem-se, assim, por uma extraterritorialidade simbólica que os faz, momentaneamente, viver sem cidade e sem morada.
Experimentam uma espécie de nomadismo: não se demoram em parte alguma, comem ao sabor da própria jornada, dormem aqui e ali. Num tempo ferozmente cioso da produção e do consumo, eles são um elogio da frugalidade e do dom. Relativizam a prisão de comodismos, necessidades, fatalismos e desculpas. E o seu coração abre-se à revelação de um sentido maior.
A verdade é que é difícil ter uma vida interior de qualidade, se nem vida se tem, no atropelo de um quotidiano que devora tudo. Na saturação das imagens que nos são impostas, vamos perdendo a capacidade de ver. No excesso de informação e de palavra, esquecemos a arte de ouvir e comunicar vida. Damos por nós, e há, à nossa volta, um deserto sem resposta que cresce. E quando nos voltamos para Deus, parece que não sabemos rezar.
Estes peregrinos que tornam a encher as estradas de Fátima (mas também de Santiago, de Chartres, do Loreto.) assinalam-nos o dever de buscar a estrada luminosa da própria vida. Já não separam a existência por gavetas estanques, mas o seu corpo e a sua alma respiram em uníssono.
A oração torna-se natural como uma conversa, e as conversas enchem-se de profundidade, de atenção, de sorrisos. A parte mais importante dos quilómetros que percorrem não está em nenhum mapa: eles caminham para um centro invisível onde pode acontecer o encontro e o renascimento.
Queria dedicar este texto a um amigo que, neste mês de Maio, fez a sua primeira peregrinação. A meio do caminho enviou-me uma mensagem a dizer: «Aprendo a rezar com os pés»."
José Tolentino Mendonça in http://www.ecclesia.pt/
14 maio 2008
Para Maria
"Maria, Maria
Procuro por Ti
Trago este vazio
E o desejo de dar cor à minha vida
Quero pintar
Esta história que estou a criar
Quero ser mais
Minha grandeza afirmar
Ser poeta, ser cantor, ser o céu
Onde mora tudo o que eu vou ser
Se eu souber ser amor
Maria, Maria
Não sei que aconteceu
Se o mundo ou se fui eu
Enganou-se o amanhã sem piedade
Fecha-se a luz
Sobre as almas da minha idade
Esconde-se o céu
Onde eu quero ser mais verdade
Minha Senhora e minha Mãe
Olha bem por nós
Sem Teu amor
Ficaremos sós.
Maria, Maria
Mãe do silêncio
Mãe da humanidade
Em Teu seio o meu Senhor se gerou
E Tu o contemplaste
Cheia de amor e ternura
Teu filho desejado
e por ti muito amado
Minha Senhora e minha Mãe
Ensina-me a amar
E arriscar
A saber ser maior"
Mafalda Arnauth
Procuro por Ti
Trago este vazio
E o desejo de dar cor à minha vida
Quero pintar
Esta história que estou a criar
Quero ser mais
Minha grandeza afirmar
Ser poeta, ser cantor, ser o céu
Onde mora tudo o que eu vou ser
Se eu souber ser amor
Maria, Maria
Não sei que aconteceu
Se o mundo ou se fui eu
Enganou-se o amanhã sem piedade
Fecha-se a luz
Sobre as almas da minha idade
Esconde-se o céu
Onde eu quero ser mais verdade
Minha Senhora e minha Mãe
Olha bem por nós
Sem Teu amor
Ficaremos sós.
Maria, Maria
Mãe do silêncio
Mãe da humanidade
Em Teu seio o meu Senhor se gerou
E Tu o contemplaste
Cheia de amor e ternura
Teu filho desejado
e por ti muito amado
Minha Senhora e minha Mãe
Ensina-me a amar
E arriscar
A saber ser maior"
Mafalda Arnauth
12 maio 2008
28 abril 2008
às vezes é preciso lutar e esperar
e deixar a outra alma repousar...
às vezes é preciso correr e sofrer
e à distância aprender a gostar...
e cravas a tua bandeira, soltas o grito
sozinho no terreiro, de peito a descoberto
e a voz do teu profundo inflama cada fibra
e as gotas do teu sangue são lágrimas de vida
aos uivos da tristeza, devolves a garra desmedida
e aos medos do tirano, cospes pura teimosia
porque tua é a esperança e a certeza do que sentes
tua é a vontade que levanta a pobre gente
é tua essa verdade, a glória eterna, a chama intensa
é tua a alma entregue, à vida tão imensa
às vezes é preciso correr, e tanbém saber morrer
por ser preciso, gostar de longe e deixar amanhecer
e deixar a outra alma repousar...
às vezes é preciso correr e sofrer
e à distância aprender a gostar...
e cravas a tua bandeira, soltas o grito
sozinho no terreiro, de peito a descoberto
e a voz do teu profundo inflama cada fibra
e as gotas do teu sangue são lágrimas de vida
aos uivos da tristeza, devolves a garra desmedida
e aos medos do tirano, cospes pura teimosia
porque tua é a esperança e a certeza do que sentes
tua é a vontade que levanta a pobre gente
é tua essa verdade, a glória eterna, a chama intensa
é tua a alma entregue, à vida tão imensa
às vezes é preciso correr, e tanbém saber morrer
por ser preciso, gostar de longe e deixar amanhecer
04 abril 2008
dá um mergulho no mar
"dá um mergulho no mar
dá um mergulho sem olhar p'ra trás
dá um salto no ar
só para veres do que és capaz
arrisca mais uma vez
nem que seja só por arriscar
nunca se tem muito a perder
dá um mergulho no mar
há tantas coisas por fazer
e tantas por inventar
dá um mergulho no mar
e tu vais ver
tu vais jogar
tu vais perder
tu vais tentar
mais uma vez
e tu vais ver
e tu vais rir
tu vais ganhar
tens pouco tempo para ser só teu
não esperes nem deixes passar
essa vontade que quer
dar um mergulho no mar
arrisca mais uma vez
nem que seja só por arriscar
nunca se tem muito a perder
dá um mergulho no mar
há tantas coisas por fazer
e tantas por inventar
dá um mergulho no mar
e tu vais ver
tu vais jogar
tu vais perder
tu vais tentar
mais uma vez
tu vais jogar
e tu vais ver
tu vais gostar
tu vais chorar
E tu vais rir
dá um mergulho no mar
há-de chegar o dia
em que vais querer parar
até chegar esse dia
quero-te ver a saltar
e tu vais ver
tu vais jogar
tu vais perder
tu vais tentar
mais uma vez
tu vais jogar
E tu vais ver
tu vais gostar
tu vais chorar
E tu vais rir
dá um mergulho no mar"
Xutos e Pontapés
dá um mergulho sem olhar p'ra trás
dá um salto no ar
só para veres do que és capaz
arrisca mais uma vez
nem que seja só por arriscar
nunca se tem muito a perder
dá um mergulho no mar
há tantas coisas por fazer
e tantas por inventar
dá um mergulho no mar
e tu vais ver
tu vais jogar
tu vais perder
tu vais tentar
mais uma vez
e tu vais ver
e tu vais rir
tu vais ganhar
tens pouco tempo para ser só teu
não esperes nem deixes passar
essa vontade que quer
dar um mergulho no mar
arrisca mais uma vez
nem que seja só por arriscar
nunca se tem muito a perder
dá um mergulho no mar
há tantas coisas por fazer
e tantas por inventar
dá um mergulho no mar
e tu vais ver
tu vais jogar
tu vais perder
tu vais tentar
mais uma vez
tu vais jogar
e tu vais ver
tu vais gostar
tu vais chorar
E tu vais rir
dá um mergulho no mar
há-de chegar o dia
em que vais querer parar
até chegar esse dia
quero-te ver a saltar
e tu vais ver
tu vais jogar
tu vais perder
tu vais tentar
mais uma vez
tu vais jogar
E tu vais ver
tu vais gostar
tu vais chorar
E tu vais rir
dá um mergulho no mar"
Xutos e Pontapés
"prefiro a côr na minha vida
apodreço no cinzento
ver o brilho em cada dia
acorda cá por dentro
pode ser a côr do choro
da angústia, côr de sangue
dêem-me as cores todas
o meu quadro é muito grande
mas já agora, se quiseres
dá-me as tuas, são melhores
traz as que tiveres
e pinta histórias tuas
Assim, de côr em côr
vais comigo estrada fora
nos caminhos do amor
ver-te não demora"
As cores - JMFD
apodreço no cinzento
ver o brilho em cada dia
acorda cá por dentro
pode ser a côr do choro
da angústia, côr de sangue
dêem-me as cores todas
o meu quadro é muito grande
mas já agora, se quiseres
dá-me as tuas, são melhores
traz as que tiveres
e pinta histórias tuas
Assim, de côr em côr
vais comigo estrada fora
nos caminhos do amor
ver-te não demora"
As cores - JMFD
31 março 2008
ter esperança
Se tendemos para uma espécie de divino, então o universo terreno será uma espécie de meio para atingir esse fim mais pleno...
E portanto, o que encontramos por cá, não vai responder nunca, a tudo.
Visão sombria.
É aqui entra a esperança... Uma espécie de voz aqui dentro que, por muito fraca que às vezes possa ser, nunca se cala. Um anseio estranho que surge sem fazermos nada.
Ter esperança, é diferente de ficar sentado à espera...
Se o optimista fica à espera que o vento mude, o esperançoso ajusta as velas.
Isso implica esforço e às vezes dor... porque é sabido que a vida não é um mar de rosas... e pôr motores nos barcos, geralmente acaba num fim rápido e imperfeito. Ficamos encalhados em agonia num banco de areia.
Ter esperança é saber que o Vento existe. E se existe, então significa que está presente no universo terreno. Significa que a plenitude é um limite ao qual é possível chegar. O divino comunica com o terreno.
Ter esperança é saber a dor faz parte da vida. É saber que a dor é tão real quanto a alegria.
Ter esperança é saber que os entusiasmos são bons porque nos tocam e despertam.
Ter esperança é saber que se o coração não se abre à vida, então os entusiasmos não serão mais que isso...
Ter esperança é saber que o Vento se faz brisa junto de nós... que tudo é bagagem útil para o caminho...
Ter esperança é saber que desde que haja Vento,então no fundo, tá muita bom... por muito que possa doer...
Ter esperança é escutar o Vento e amadurecer com ele...
Ter esperança é ter coragem de sonhar, comprometido com a vida...
A vida não é uma colecção de cicatrizes... em que quantas mais tivermos, mais maduros somos. Podemos ter mais experiência, envelhecer... mas nem por isso amadurecemos. Fechar o coração para reduzir as perdas, é medo e resignação...
Amadurecer, ser mais pleno do que antes, é navegar as borrascas e as bonanças com velas de esperança, porque o Vento é sinal de algo mais que nos espera e quer abraçar...
Zarpei há pouco tempo. Sou, tantas vezes, dolorosamente incompleto. Mas isto é o que tenho vindo a sentir e a ver confirmado, aos poucos, na minha vida. É o que oiço nos momentos de paz consolada...
E assim, acho eu, vamos conseguindo subir degrau a degrau, sem precisar de ver a escada toda. Isso é bom... porque ninguém vê a escada toda...
Vamos ficando magnânimos em vez de distantes. E os altos e baixos vão sendo mais harmonizáveis e integrados...
E portanto, o que encontramos por cá, não vai responder nunca, a tudo.
Visão sombria.
É aqui entra a esperança... Uma espécie de voz aqui dentro que, por muito fraca que às vezes possa ser, nunca se cala. Um anseio estranho que surge sem fazermos nada.
Ter esperança, é diferente de ficar sentado à espera...
Se o optimista fica à espera que o vento mude, o esperançoso ajusta as velas.
Isso implica esforço e às vezes dor... porque é sabido que a vida não é um mar de rosas... e pôr motores nos barcos, geralmente acaba num fim rápido e imperfeito. Ficamos encalhados em agonia num banco de areia.
Ter esperança é saber que o Vento existe. E se existe, então significa que está presente no universo terreno. Significa que a plenitude é um limite ao qual é possível chegar. O divino comunica com o terreno.
Ter esperança é saber a dor faz parte da vida. É saber que a dor é tão real quanto a alegria.
Ter esperança é saber que os entusiasmos são bons porque nos tocam e despertam.
Ter esperança é saber que se o coração não se abre à vida, então os entusiasmos não serão mais que isso...
Ter esperança é saber que o Vento se faz brisa junto de nós... que tudo é bagagem útil para o caminho...
Ter esperança é saber que desde que haja Vento,então no fundo, tá muita bom... por muito que possa doer...
Ter esperança é escutar o Vento e amadurecer com ele...
Ter esperança é ter coragem de sonhar, comprometido com a vida...
A vida não é uma colecção de cicatrizes... em que quantas mais tivermos, mais maduros somos. Podemos ter mais experiência, envelhecer... mas nem por isso amadurecemos. Fechar o coração para reduzir as perdas, é medo e resignação...
Amadurecer, ser mais pleno do que antes, é navegar as borrascas e as bonanças com velas de esperança, porque o Vento é sinal de algo mais que nos espera e quer abraçar...
Zarpei há pouco tempo. Sou, tantas vezes, dolorosamente incompleto. Mas isto é o que tenho vindo a sentir e a ver confirmado, aos poucos, na minha vida. É o que oiço nos momentos de paz consolada...
E assim, acho eu, vamos conseguindo subir degrau a degrau, sem precisar de ver a escada toda. Isso é bom... porque ninguém vê a escada toda...
Vamos ficando magnânimos em vez de distantes. E os altos e baixos vão sendo mais harmonizáveis e integrados...
25 março 2008
tragam-me os gritos de amargura
e as tormentas tempestades
e os golpes escondidos
e a crónica saudade
dêem-me as sobras dos vadios
e o vinagre mais amargo
e o desprezo empedernido
e a alma estilhaçada
pode vir tudo
eu não vou fugir de nada!
façam-me preso sem destino
e do amor desencontrado
levem tudo o que dá cor
e deixem o pesado
que venha a ferida escura e funda
e o choro desvalido
e o dia negro do difuso
e a meia-vida estagnada
pode vir tudo
eu não morro nem por nada!
e as tormentas tempestades
e os golpes escondidos
e a crónica saudade
dêem-me as sobras dos vadios
e o vinagre mais amargo
e o desprezo empedernido
e a alma estilhaçada
pode vir tudo
eu não vou fugir de nada!
façam-me preso sem destino
e do amor desencontrado
levem tudo o que dá cor
e deixem o pesado
que venha a ferida escura e funda
e o choro desvalido
e o dia negro do difuso
e a meia-vida estagnada
pode vir tudo
eu não morro nem por nada!
são apertos que chegam sem convite
e trazem as cores de quadros incompletos
em que o todo existe um tom abaixo
são vazios de tristezas tão repletos
esquiços imprecisos de planos pouco claros
das partituras que se tocam cá por dentro
que a sons cortados na raíz se aparentam
são moribundos rasgados aos bocados
são feridas do sonho que foi tudo
e por ser orfão já não é coisa nenhuma
são pálidos os sons do triste luto
que à estrada te devolvem resoluto!
e trazem as cores de quadros incompletos
em que o todo existe um tom abaixo
são vazios de tristezas tão repletos
esquiços imprecisos de planos pouco claros
das partituras que se tocam cá por dentro
que a sons cortados na raíz se aparentam
são moribundos rasgados aos bocados
são feridas do sonho que foi tudo
e por ser orfão já não é coisa nenhuma
são pálidos os sons do triste luto
que à estrada te devolvem resoluto!
24 março 2008
17 março 2008
vespa... o resto é conversa...
ok é um anúncio... mas tá muita bom!!!
se não fosse a vespa, o Axe não tinha efeito!!!
13 março 2008
03 março 2008
é que tenho saudades...!
não me levem a mal, a vida corre bem
só que tenho saudades
não dá p'ra não sentir
desse lugar cheio de Graça
de onde tive de partir
de acordar cansado, alma cheia
de ir ao pão com o cheiro da manhã
e a padeira a sorrir e voltar para rezar
ver a malta acreditar e a partir a missionar
saudades desses dias
em que sou melhor que nos outros
e à Vida dizer Sim
sem pensar nos meus desgostos
sentir o dever cumprido e a guerra ganha
e a Vida a transbordar, daqui ao fim do mundo
e a cada dia voar sem medos, no céu aberto à minha frente...
e o sorriso agradecido, de quem anda contente
e esse consolo de uma reza noite fora
que mal agarro na confusão mundana
e a gente à minha volta tão desperta
que não vejo nesta vida meio cigana
não desvendo os silêncios que lá tinha
e que chegavam com o sol de cada dia
nos barulhos da jincana lisboeta
tenho a saudade, minha velha companhia
e assim me sobra a arte de aprender
o esquivo ritmo deste urbano descompasso
e por sabê-lo, tão feliz poder dizer
que a saudade morreu no meu terraço!
só que tenho saudades
não dá p'ra não sentir
desse lugar cheio de Graça
de onde tive de partir
de acordar cansado, alma cheia
de ir ao pão com o cheiro da manhã
e a padeira a sorrir e voltar para rezar
ver a malta acreditar e a partir a missionar
saudades desses dias
em que sou melhor que nos outros
e à Vida dizer Sim
sem pensar nos meus desgostos
sentir o dever cumprido e a guerra ganha
e a Vida a transbordar, daqui ao fim do mundo
e a cada dia voar sem medos, no céu aberto à minha frente...
e o sorriso agradecido, de quem anda contente
e esse consolo de uma reza noite fora
que mal agarro na confusão mundana
e a gente à minha volta tão desperta
que não vejo nesta vida meio cigana
não desvendo os silêncios que lá tinha
e que chegavam com o sol de cada dia
nos barulhos da jincana lisboeta
tenho a saudade, minha velha companhia
e assim me sobra a arte de aprender
o esquivo ritmo deste urbano descompasso
e por sabê-lo, tão feliz poder dizer
que a saudade morreu no meu terraço!
19 fevereiro 2008
para voar...
dá o que tens, o que te falta
o que um dia já tiveste
dá o todo à Voz mais alta
vence a morte porque o fizeste
escrito a 10.02.2008
nas missões Arraiolos '08
o que um dia já tiveste
dá o todo à Voz mais alta
vence a morte porque o fizeste
escrito a 10.02.2008
nas missões Arraiolos '08
21 janeiro 2008
sujo
parece conforto
porque chega discreto
e só se dá por ele
quando já se está morto
é cobarde e fugidio
e escondido e venenoso
é torpe e escuro e fundo
e rouba o eterno Gozo
o medo consome a alma
e rouba-nos a vida
e somos mortos-vivos
e perdemos a corrida
o medo é sujo, é podridão
e discípulo do Difuso
um predador da vida plena
que nos sangra o coração
porque chega discreto
e só se dá por ele
quando já se está morto
é cobarde e fugidio
e escondido e venenoso
é torpe e escuro e fundo
e rouba o eterno Gozo
o medo consome a alma
e rouba-nos a vida
e somos mortos-vivos
e perdemos a corrida
o medo é sujo, é podridão
e discípulo do Difuso
um predador da vida plena
que nos sangra o coração
20 janeiro 2008
"porque entre el lunes y el martes,
me sobra tiempo para necesitarte
porque me miento si digo,
que tu mirada no fue mi mejor testigo
porque aunque ya no me duelas,
a veces busco tu nombre en mi chistera
porque aún no vino el olvido,
para llevarse el último de tus abrigos
por los besos que aún nos quedan en la boca
por los miles de homenajes que nos dimos
por nadar y no guardar nunca la ropa
por los dedos juguetones del destino
porque fuimos lo que fuimos, porque fuimos lo que fuimos...
porque puesto a confesarte,
aún le tengo miedo a tenerte delante
porque en cuanto me descuido,
me atropella algún recuerdo en el pasillo
porque no puedo negarte,
que te quise sin querer y más que a nadie
porque mi doctor previno,
que para este corazón estás prohibida"
Jorge Drexler
me sobra tiempo para necesitarte
porque me miento si digo,
que tu mirada no fue mi mejor testigo
porque aunque ya no me duelas,
a veces busco tu nombre en mi chistera
porque aún no vino el olvido,
para llevarse el último de tus abrigos
por los besos que aún nos quedan en la boca
por los miles de homenajes que nos dimos
por nadar y no guardar nunca la ropa
por los dedos juguetones del destino
porque fuimos lo que fuimos, porque fuimos lo que fuimos...
porque puesto a confesarte,
aún le tengo miedo a tenerte delante
porque en cuanto me descuido,
me atropella algún recuerdo en el pasillo
porque no puedo negarte,
que te quise sin querer y más que a nadie
porque mi doctor previno,
que para este corazón estás prohibida"
Jorge Drexler
19 janeiro 2008
"yo soy un hombre sincero
de donde crece la palma
y antes de morirme quiero
echar mis versos del alma
yo vengo de todas partes
y hacia todas partes voy
arte soy entre las artes
en los montes, monte soy
yo se los nombres extranos
de las yerbas y las flores
y de mortales enganos
y de sublimes dolores
yo he visto en la noche oscura
llover sobre mi cabeza
los razos de lumbre pura
de la divina belleza.
alas nacer vi en los hombros
de las mujeres hermosas
y salir de los escombros
volando las mariposas
he visto vivir a un hombre
con el puñal al costado
sin decir jamas el nombre
de aquella que lo ha matado
rapida, como un reflejo
dos veces vi el alma dos
cuando murio el pobre viejo
cuando ella me dijo adios
[...]"
"vierte, corazón, tu pena
donde no se llegue a ver,
por soberbia, y por no ser
motivo de pena ajena.
yo te quiero, verso amigo,
porque cuando siento el pecho
ya muy cargado y deshecho,
parto la carga contigo.
[...]
tú, porque yo pueda en calma
amar y hacer bien, consientes
en enturbiar tus corrientes
con cuanto me agobia el alma.
[...]
mi vida así se encamina
al cielo limpia y serena,
y tú me cargas mi pena
con tu paciencia divina.
y porque mi cruel costumbre
de echarme en ti te desvía
de su dichosa armonía
y natural mansedumbre;
¡verso, nos hablan de un Dios
adonde van los difuntos:
verso, o nos condenan juntos,
o nos salvamos los dos!"
"con los pobres de la tierra
quiero yo mi suerte hechar
el arroyo de la sierra
me complace más que la mar"
"cultivo una rosa blanca
en julio como en enero
para el amigo sincero
que me da su mano franca
y para el cruel que me arranca
el corazon con que vivo
cardo ni ortiga cultivo
cultivo la rosa blanca"
José Julian Martí Pérez
de donde crece la palma
y antes de morirme quiero
echar mis versos del alma
yo vengo de todas partes
y hacia todas partes voy
arte soy entre las artes
en los montes, monte soy
yo se los nombres extranos
de las yerbas y las flores
y de mortales enganos
y de sublimes dolores
yo he visto en la noche oscura
llover sobre mi cabeza
los razos de lumbre pura
de la divina belleza.
alas nacer vi en los hombros
de las mujeres hermosas
y salir de los escombros
volando las mariposas
he visto vivir a un hombre
con el puñal al costado
sin decir jamas el nombre
de aquella que lo ha matado
rapida, como un reflejo
dos veces vi el alma dos
cuando murio el pobre viejo
cuando ella me dijo adios
[...]"
"vierte, corazón, tu pena
donde no se llegue a ver,
por soberbia, y por no ser
motivo de pena ajena.
yo te quiero, verso amigo,
porque cuando siento el pecho
ya muy cargado y deshecho,
parto la carga contigo.
[...]
tú, porque yo pueda en calma
amar y hacer bien, consientes
en enturbiar tus corrientes
con cuanto me agobia el alma.
[...]
mi vida así se encamina
al cielo limpia y serena,
y tú me cargas mi pena
con tu paciencia divina.
y porque mi cruel costumbre
de echarme en ti te desvía
de su dichosa armonía
y natural mansedumbre;
¡verso, nos hablan de un Dios
adonde van los difuntos:
verso, o nos condenan juntos,
o nos salvamos los dos!"
"con los pobres de la tierra
quiero yo mi suerte hechar
el arroyo de la sierra
me complace más que la mar"
"cultivo una rosa blanca
en julio como en enero
para el amigo sincero
que me da su mano franca
y para el cruel que me arranca
el corazon con que vivo
cardo ni ortiga cultivo
cultivo la rosa blanca"
José Julian Martí Pérez
07 janeiro 2008
Menino de Angola
"menino de Angola
menino da guerra
sem sonhos sem escola
sem pais e sem terra.
menino soldado
teu passo apressado
p’ra onde te leva?
menino fardado
apenas brincaste
com jogos de guerra.
menino a fingir
que choras deitado
na mata a dormir.
não pises as minas
espalhadas no chão
é morte em silêncio
em vez do teu pão.
menino de Angola
menino da guerra
sem sonhos, sem escola
sem pais e sem terra.
encontra depressa
um outro menino
de olhar de luz
que acabe essa guerra
e salve essa terra,
o Menino Jesus!"
menino da guerra
sem sonhos sem escola
sem pais e sem terra.
menino soldado
teu passo apressado
p’ra onde te leva?
menino fardado
apenas brincaste
com jogos de guerra.
menino a fingir
que choras deitado
na mata a dormir.
não pises as minas
espalhadas no chão
é morte em silêncio
em vez do teu pão.
menino de Angola
menino da guerra
sem sonhos, sem escola
sem pais e sem terra.
encontra depressa
um outro menino
de olhar de luz
que acabe essa guerra
e salve essa terra,
o Menino Jesus!"
Miguel Corrêa Monteiro
in “A Guerra do Ultramar, realidade e ficção”
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