31 outubro 2011

Sete mil milhões.


Maravilhas das projecções demográficas: sabemos o dia e a hora em que passamos a ser sete mil milhões de habitantes.
Estiveram atentos? Não sentiram o mundo dar um salto?
Adoro o tom determinista que só as notícias conseguem ter; aquele conforto de quem pensa que tem tudo o que precisa de saber, controlado num painel de instrumentos. Como se as projecções não tivessem incertezas associadas.
Atenção, não contesto que estamos a passar a marca dos sete mil milhões. Acho só piada ao tom "senhoras e senhores! Hoje à meia-noite, o acontecimento do ano!".
Para não falar de que nos próximos dias, vamos assistir a uma catadupa de profetas do fim do mundo: "Somos muitos! Não há recursos para todos...! Vamos todos morrer! Controlem as populações! Só os mais aptos podem reproduzir-se!"

Ou então é só 2ªfeira de manhã...

28 outubro 2011

só leio desistência...

Leio os 10 mais recentes comentários a esta notícia e não posso deixar de pensar que os derrotistas, submissos e conformados são precisamente os que os escreveram, e não essa muito prática entidade abstracta que é o "povo português".

Serão, como ratos, os primeiros a saltar do barco? Onde está vossa honra? A vossa esperança no futuro? O vosso desígnio? A vossa visão e o contributo pessoal e concreto para um futuro melhor? Onde estão as vossas mangas arregaçadas para darmos todos juntos "a volta ao texto"? Terão ficado no Euro 2004, secalhar...

Onde está a vossa Vontade de Ser?!

Em vez disso, leio desistência... 
As coisas estão más. Estão mesmo muito más... e então?! 
Vão abandonar o barco?! 

BENDITO 1640!

O anedótico gosta de tempestade em copo de água. Esperto...

O anedótico é manhoso...

José Rodrigues dos Santos continua a mostrar que não sabe do que fala, respondendo ao comentário que o Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura fez ao seu texto. Com mais patas na poça, evidencia sozinho os pontos que o SNPC levantou.

O anedótico conseguiu fazer melhor ao juntar a ofensa à injúria, quando passa um atestado de burrice ao público em geral e aos católicos ao afirmar que "o cidadão comum nunca ouviu dizer que Jesus não era cristão". Mas o mais delicioso da notícia é o seguinte excerto: "A Igreja nega ou não nega que Jesus era judeu - e, consequentemente, que Cristo não era cristão?".... [pausa de estupefação]. 

Eu sou um cidadão comum e sei isto... A grande maioria dos cidadãos comuns sabe isto. Mas o mais incrível é que este segredo sujo e escondido que supostamente a Igreja esconde a sete chaves é, afinal, evidente, claro e assumido por todos... basta ler com atenção os Evangelhos.

Jesus podia até ter sido chinês. O que o autor não sabe ou finge não saber (polémica = publicidade), é que o nome "Cristão", começou a ser utilizado para designar aqueles que eram de Jesus Cristo. Aqueles que o seguiam, aqueles que acreditavam nas suas palavras. O anedótico também não sabe, ou não quer saber, que a palavra Cristo vem do grego e significa "o Ungido".

Se o anedótico está a falar de crianças de dez anos ao mencionar o cidadão comum, então talvez tenha razão. Senão, insulta de uma assentada, milhões de portugueses com o seu tom paternalista e pseudo-acutilante. 

A Igreja não tem medo de nada. Apenas esclarece que o anedótico não sabe do que fala e afirma como verdades teorias que não são reconhecidas como válidas pela maioria dos estudiosos (os verdadeiros), da Bíblia.
De facto, a Igreja não só não teme a Verdade, como a procura com todas as forças e fraquezas que tem, de esperanças postas no coração do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Enfim... espuma dos dias que cedo, espera-se, passará...

Leitura adicional: Análise ao romance "O último segredo", de José Rodrigues dos Santos pelo professor doutor Mário Avelar, professor catedrático de Estudos Anglo-Americanos publicado pela Agência Ecclesia e transcrito no site do SNPC.

26 outubro 2011

poema-círculo à roda das coisas.


"A coisa mais antiga de que me lembro é dum quarto em frente do mar dentro do qual estava, poisada em cima de uma mesa, uma maçã enorme e vermelha. Do brilho do mar e do vermelho da maçã erguia-se uma felicidade irrecusável, nua e inteira. Não era nada de fantástico, não era nada de imaginário: era a própria presença do real que eu descobria. Mais tarde a obra de outros  artistas veio confirmar a objectividade do meu próprio olhar. Em Homero reconheci essa felicidade nua e inteira, esse esplendor da presença das coisas. E também a reconheci intensa, atenta e acesa na pintura de Amadeo de Souza-Cardoso. Dizer que a obra de arte faz parte da cultura é uma coisa um pouco escolar e artificial. A obra de arte faz parte do real e é destino, realização, salvação e vida. 
Sempre a poesia foi para mim uma perseguição do real. Um poema foi sempre um círculo traçado à roda duma coisa, um círculo onde o pássaro do real fica preso. E se a minha poesia, tendo partido do ar, do amor e da luz, evoluiu, evoluiu sempre dentro dessa busca atenta. Quem procura uma relação justa com a pedra, com a árvore, com o rio, é necessariamente levado, pelo espírito de verdade que o anima, a procurar uma relação justa com o homem. Aquele que vê o espantoso esplendor do mundo é logicamente levado a ver o espantoso sofrimento do mundo. Aquele que vê o fenómeno quer ver todo o fenómeno. É apenas uma questão de atenção, de sequência e de rigor (...)".

Descrição por Sophia de Mello Breyner da sua  Arte Poética num texto lido em 11 de Julho de 1964, no almoço de homenagem promovido pela Sociedade Portuguesa de escritores, por ocasião da entrega do grande Prémio de Poesia, atribuído a Livro Sexto.

Encontrado aqui.

24 outubro 2011

José Rodrigues dos Santos, o anedótico.

Uma imitação requentada: Nota sobre o romance "O último segredo", de José Rodrigues dos Santos

"O romance de José Rodrigues dos Santos, intitulado “O último segredo”, é formalmente uma obra literária. Nesse sentido, a discussão sobre a sua qualidade literária cabe à crítica especializada e aos leitores. Mas como este romance do autor tem a pretensão de entrar, com um tom de intolerância desabrida, numa outra área, a história da formação da Bíblia por um lado, e a fiabilidade das verdades de Fé em que os católicos acreditam por outro, pensamos que pode ser útil aos leitores exigentes (sejam eles crentes ou não) esclarecer alguns pontos de arbitrariedade em que o dito romance incorre. 

17 outubro 2011

Da comunhão dos Santos.


"Cold is the water 
It freezes your already cold mind 
Already cold, cold mind 
And death is at your doorstep 
And it will steal your innocence 
But it will not steal your substance 
 But you are not alone in this 
And you are not alone in this 
As brothers we will stand and we'll hold your hand 
Hold your hand 
 And you are the mother 
The mother of your baby child 
The one to whom you gave life 
And you have your choices 
And these are what make man great 
His ladder to the stars 
 But you are not alone in this 
And you are not alone in this 
As brothers we will stand and we'll hold your hand 
Hold your hand 
 And I will tell the night 
Whisper, "Lose your sight" 
But I can't move the mountains for you"

Timshel - Mumford & Sons
mais @ essejota.net

11 outubro 2011

bora, bora!


In December drinking Piscola...

"Segui Creyendo". No campo, na vida, na crise.


creo en la pasíon sin verso; creo en la entrega sin limites; creo en las hazañas que terminan en proezas; creo en el compromiso; creo en la belleza; creo en la lucha que es mucha; creo en el talento; creo en la humildad; creo en el respeto; creo en la locura; creo en la distancia que recorre una esperanza cuando se empuja y se empuja; creo en la hermandad; creo en la amistad; creo en la fuerza que sale de adentro cuando hay que ganar; creo en la aventura; creo en los sueños; creo en lo real; creo en las voluntades que derriban barreras; creo en la alegria; creo en los retos; creo en los hombres con espiritus inmensos; creo en la destreza; creo que una lagrima sincera vale mas que mil banderas desplegadas en el cielo…

10 outubro 2011

E se nos chamássemos só Portugal?


República é o nosso regime e não o que nos define.
Portugal tem 868 anos, a República tem 101.


Portugal, sem coroas ou barretes jacobinos.
Não é o regime que nos define.

07 outubro 2011

edp = energia de portugal #2


Tentando responder ao doutíssimo economista "Alvim da Tenda", com quem esta praça tantas vezes conta para a boa troca de ideias:


Desde já o autor pede desculpa por qualquer falta de rigor na sua linguagem de leigo...!

"Por último tens de explicar porque é que se há de ter vontade em trabalhar para um grupo português."
Imaginemos que tens dois grupos que te são igualmente atraentes do ponto de vista de carreira, aprendizagem, projecção internacional, pujança no mercado, dimensão, perspectivas de futuro, etc. 
Agora imagina que um desses grupos é português e o outro é estrangeiro.
Acredito que há muito boa gente que se puder, escolhe o português, por causa desse gosto extra de fazer parte de uma organização que joga na "1ª divisão" e que é "da casa".

Não é o ser português que torna o grupo, um bom grupo. Isso depende de outros factores e não da nacionalidade. 
O que digo é que toda a gente gosta de vestir a camisola da casa, se puder.

Se acabas com a "e de portugal", acabas com um grupo que te pode dar esse gostinho extra.
Eu trabalho numa joint-venture que está em Portugal há mais de 40 anos e em que um dos parceiros é português. Apesar do meu empregador ser "estrangeiro", sinto um gosto extra por causa dessa herança de 40 anos.
Imagino que isto possa ser mais forte ainda para quem esteja numa edp, por exemplo.

"se escreves isto, tens de explicar qual é a vantagem de ficar em mãos portuguesas." 
Estudámos que, contas feitas, o proteccionismo traz menos benefícios económicos, é verdade. Porém, também é verdade que fora dos modelos, os mercados não são líquidos e que portanto os ajustes económicos para ficarmos todos melhores sem proteccionismo são muito difícies de fazer, ou por vezes impossíveis.
Acresce que ninguém acredita realmente que os estados não usam de medidas mais ou menos explícitas de proteccionismo.
Assim, não me parece sensato abdicar do controlo (por mais ténue que seja), de um sector tão vital para um país como a energia. Admito que talvez não haja outra solução possível. Mas a longo prazo é uma má escolha, ainda que a única que se possa tomar.

"Também tens de explicar porque é que a EDP há de passar a não pagar IRC (provavelmete pagará mais, dadas as melhorias de gestão)."
Foi só para aguçar o apetite... ;)

Queira responder e ensinar esta casa, que também é sua.

06 outubro 2011

iThank You.

Jobs's "dent" in our Time.

edp = energia de portugal?

Ontem acordei para o facto de que a EDP vai ser privatizada, muito provavelmente, até ao fim do ano. Dirão, com justiça, que ando a dormir de olhos abertos.
Acordei para esta realidade com um pontapé no estômago. Perder a soberania energética é, a meu ver, um erro estratégico. Além disso, 10% do IRC vem da EDP. No médio-longo prazo, estamos a hipotecar receitas.
E quando falo de soberania energética, não digo necessariamente que a energia tem de estar na mão do estado. Tem, isso sim, de estar na mão de portugueses. Não é isto que vai acontecer.

Concordo que se privatizem as empresas que vivem à custa de subsídios do estado. Correios, TAP, CP, Carris, etc...
A privatização dessas empresas-cratera, é um incentivo muito grande a uma melhor gestão. Mas a EDP não é uma empresa-cratera. É das melhores que temos.
Além de tudo isto, e como alguém comentou, quem sai da universade deixa ter um grupo português para o qual quer ir trabalhar. Nesse panorama, enfrentamos um deserto... temos a Sonae, a Jerónimo Martins e pouco mais...