30 setembro 2008

Modern Times


Modern Times é uma crítica, disfarçada de comédia, à era industrial e à mentalidade mecanicista vigente durante as primeiras décadas do século XX. Foi realizado em 1936 por Charlie Chaplin, que é também a personagem principal.

A acção decorre durante os anos da Grande Depressão, em que a escassez de emprego e o colapso da economia forçavam grande parte da população a viver em condições de extrema pobreza.

O filme inicia-se com o rebanho a ir trabalhar. O indivíduo sujeito ao colectivo e de consciência anestesiada, caminha amorfo.

De seguida, aparece-nos Chaplin, na pele da sua personagem “The Tramp”, a trabalhar numa fábrica da Electro Steel Company. Nesta primeira parte do filme, faz uma sátira à linha de montagem, o Taylorismo, em que o empregado é apenas mais uma peça na engrenagem. O trabalho é monótono, os processos são repetitivos. O que importa é a produtividade e quase não há tempo para fazer uma pausa.

Numa fábrica moderna e eficiente, o ser humano não é visto como uma pessoa humana e, como tal, é asfixiado. Citando o Papa João Paulo II, na sua encíclica Laborem Exercens “o trabalho é para o homem, e não o homem para o trabalho”. A primeira parte de Modern Times, comunica-nos isto mesmo.

Chaplin, não aguentando a monotonia e a velocidade cada vez maior da linha de montagem, sofre um esgotamento nervoso, sendo levado ao hospital.

Recuperado mas sem emprego, Charlot, vê-se entregue às ruas. Acaba por ser confundido com um dirigente comunista e é preso durante uma manifestação.

Nada melhor. Um Chaplin, pedinte e de espírito quebrado, prefere comida quente e cama lavada a ser livre, não querendo sair da prisão. Nem quando lhe é concedido um perdão por ter impedido uma revolta de prisioneiros.

Já liberto, Chaplin só pensa em voltar para a prisão, onde está “seguro”.
O ser humano nem sempre é racional. Por vezes, as condições extremas e desesperadas fazem-nos mais primários. Queremos onde dormir e o que comer. Para o resto, não sobra ânimo ou energias. Isto faz-nos olhar de maneira diferente para a pobreza.

Mas Modern Times, também é um filme sobre um amor que floresce entre Chaplin e uma jovem mulher. Ela é pobre e órfã, separada das suas irmãs e procurada pelas autoridades por não querer ir para uma instutuição.

De peripécia em peripécia, The Gamin e The Tramp, lutam juntos por uma vida melhor. A alegria regressa. O sonho volta. O ser humano desperta. A diginidade é reconquistada.
Quando os dois encontram finalmente, um emprego fixo, as autoridades encontram a jovem mulher e o casal vê-se obrigado a fugir. A vida dá outra cambalhota.

O filme termina com os dois a caminhar rumo a um futuro desconhecido. Caminham juntos e de cabeça erguida. Recusam o desespero e abrem um sorriso. Lutam por ir, uma e outra vez, ao encontro da Vida, da Dignidade, da Felicidade. Constroem um final feliz.


Modern Times é uma comédia carregada de fortes críticas sociais. Um filme “levezinho” que fala de temas fundamentais para a sociedade. Um filme que nos interpela a nós como cidadãos.

Um filme ainda, em muitos aspectos, actual.

23 setembro 2008

clearly smirnoff...

o ananás vol.1


o Ananás sempre foi o outsider da família.
cabelo espetado, casca dura; sempre no seu mundo.
sempre achou que ser rebelde é que era...!

acho que foi o tio Côco que o influenciou...
o tio côco também tinha o seu mundo à parte, digamos...
nunca fazia a barba, sempre com um ar meio sujo...!
morava nos trópicos. boa vida, passar o dia na praia... tão a ver o género?
casou com a tia Palmeira, e pouco mais disse ao resto da família.
um ou outro postal no Natal e pronto.
sempre achei que ele mandava esses postais só para fazer inveja.
tipo "bora lá mostrar aos reféns do sistema o bom que é viver numa ilha tropical!"

mas estávamos a falar do ananás...

esse gajo nunca soube o que era um pente!
sempre que ele vinha sair connosco éramos barrados!
até os Bananas entravam...! só nós é que não...

ontem recebi uma carta do Ananás...!
não tinha notícias dele há uns três anos, desde que ele mandou aquela fotografia que tirou no Nepal, à porta do templo, de mochila às costas.
nas costas dizia: "um abraço do teu primo Cristas! por aqui tudo em altas. bom karma, boa onda... o universo está em harmonia"
Cristas era o nome de rua que ele tinha, dos tempos do gangue;
nunca deixou de usar esse nome, mesmo depois de ter renascido para a verdadeira luz cósmica da verdade celestial...!
nunca percebi lá muito bem o que se passava naquela cabeça...!

estranhei receber uma carta dele.
apesar de uma ligação que sempre ficou, fomos perdendo o contacto...

contava que

22 setembro 2008

o que poucos sabem e todos queremos aprender.

difícil é continuar...

mas parar é fugir. E na fuga, morre-se por dentro.
partimos, vamos, somos; e continuamos...

continuar é próprio de quem ama, de quem não foge, de quem escolhe a vida que é Livre.

continuar é permanecer...
permanecer fiel ao que de mais genuíno temos.
é permanecer fiel aos nossos sonhos.

continuar põe-nos a caminho.
implica sair para algum sítio novo, voltar para um antigo, ou seguir onde estamos...

difícil... difícil é continuar; partir, ir e ser, faz-se no mesmo fôlego...
é o exercício de encher de ar fresco, um peito pesado e cansado, que custa.

continuar só porque tudo o resto continua, é apenas ir andando.
continuar depois das descontinuidades, é uma arte que poucos sabem e todos queremos aprender.

para continuar, é preciso que se continue de dentro para fora.
é preciso que cada passo seja nosso e dado por inteiro.
é preciso um coração vivo, todos os dias.

que difícil que é continuar... ás vezes...
obriga-nos a ir buscar toda a garra que temos para aceitar o momento presente, tal como ele é.
noutras, continuar é tão fácil que nem damos por isso...!

é difícil continuar...
mas olhar para trás e ver tudo o que já continuámos, faz-nos abrir um sorriso e dizer tá muita bom...
é nesses profundos momentos, que temos vislumbres do que é ser mesmo Livre...
é sabendo que se continuou e que por isso estamos mais vivos do que ontem, que se vê sentido em continuar.

para continuar é preciso estar em paz com o passado, ter esperança no futuro e ser inteiro no presente.

continuar é próprio de quem luta.
é próprio de quem tenta ser Alegre; é próprio de quem chora e sofre, de quem se ri, acorda feliz ou menos bem, de quem se sente sozinho, de quem conta com os amigos; é próprio de quem está Vivo.

continuar é, portanto, próprio de mim...!

21 setembro 2008

the darjeeling limited



vi este filme no outro dia.

algumas ideias soltas:

o homem ocidental, moderno, tem muito barulho à volta. Custa-lhe estar em silêncio, encontrar-se e estar, completamente, no momento presente.

as "hierarquias" e maneiras de estar entre irmãos não mudam.

três homens, filhos do mesmo pai e da mesma mãe, embarcaram numa espécie de aventura espiritual em que tudo estava planeado e organizado. Era só chegar e adquirir um momento de introspecção de um qualquer menu zen.

é claro que não resultou.

partiram três indivíduos, independentes. Voltaram três irmãos, Livres.

07 setembro 2008

mistérios...


"aprendi uma coisa na minha vida, ao caminhar:

não posso ganhar a Deus quando se trata de dar.

por mais que queira dar-lhe, Ele ganha-me sempre, porque me devolve muito mais do que aquilo que lhe pedi.

pode dar-se sem se amar; não se pode amar sem dar.
dar não é porque tenho, antes tenho porque dou. E quando Deus me pede, é quando me quer dar. E quando Deus me dá, é quando me quer pedir.

se quiseres, podes tentar e começa hoje a dar; verás que dentro em pouco, tu também poderás dizer:

aprendi uma coisa na minha vida, ao caminhar:

não posso ganhar a Deus quando se trata de dar"


autor desconhecido... para mim...! não, não foi a Madre Teresa...

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The Magnetic Fields

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Goldfrapp