[...] Ao mesmo tempo cabe perguntar se não apresentam [os diagnósticos e soluções para o mau desempenho da economia portuguesa na última década], um caderno de encargos demasiado vasto e, por isso mesmo, impossível de concretizar. Por um lado parecem exigir a Portugal que realizem o melhor de todos os mundos: como se o país devesse possuir a administração pública escandinava, a indústria automóvel alemã, a indústria têxtil italiana, o mercado de trabalho holandês ou a I&D (Investigação e Desenvolvimento) americana. A verdade é que a Itália não possui a administração pública escandinava, a Alemanha não possui o mercado de trabalho holandês e que a Holanda não possui a I&D americana. E também é verdade que a administração pública portuguesa é mais eficaz do que a italiana, que o mercado de trabalho português é menos rígido que o alemão e que a conflitualidade judicial é menor que nos Estados Unidos.
[...]
Um problema adicional do tipo de explicações de que estamos a falar é disparar em todas as direcções, sem hierarquizar prioridades.
in AMARAL, Luciano; "Economia Portuguesa - As Últimas Décadas",Capítulo II - Crescimento Económico; Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2010
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