Se tendemos para uma espécie de divino, então o universo terreno será uma espécie de meio para atingir esse fim mais pleno...
E portanto, o que encontramos por cá, não vai responder nunca, a tudo.
Visão sombria.
É aqui entra a esperança... Uma espécie de voz aqui dentro que, por muito fraca que às vezes possa ser, nunca se cala. Um anseio estranho que surge sem fazermos nada.
Ter esperança, é diferente de ficar sentado à espera...
Se o optimista fica à espera que o vento mude, o esperançoso ajusta as velas.
Isso implica esforço e às vezes dor... porque é sabido que a vida não é um mar de rosas... e pôr motores nos barcos, geralmente acaba num fim rápido e imperfeito. Ficamos encalhados em agonia num banco de areia.
Ter esperança é saber que o Vento existe. E se existe, então significa que está presente no universo terreno. Significa que a plenitude é um limite ao qual é possível chegar. O divino comunica com o terreno.
Ter esperança é saber a dor faz parte da vida. É saber que a dor é tão real quanto a alegria.
Ter esperança é saber que os entusiasmos são bons porque nos tocam e despertam.
Ter esperança é saber que se o coração não se abre à vida, então os entusiasmos não serão mais que isso...
Ter esperança é saber que o Vento se faz brisa junto de nós... que tudo é bagagem útil para o caminho...
Ter esperança é saber que desde que haja Vento,então no fundo, tá muita bom... por muito que possa doer...
Ter esperança é escutar o Vento e amadurecer com ele...
Ter esperança é ter coragem de sonhar, comprometido com a vida...
A vida não é uma colecção de cicatrizes... em que quantas mais tivermos, mais maduros somos. Podemos ter mais experiência, envelhecer... mas nem por isso amadurecemos. Fechar o coração para reduzir as perdas, é medo e resignação...
Amadurecer, ser mais pleno do que antes, é navegar as borrascas e as bonanças com velas de esperança, porque o Vento é sinal de algo mais que nos espera e quer abraçar...
Zarpei há pouco tempo. Sou, tantas vezes, dolorosamente incompleto. Mas isto é o que tenho vindo a sentir e a ver confirmado, aos poucos, na minha vida. É o que oiço nos momentos de paz consolada...
E assim, acho eu, vamos conseguindo subir degrau a degrau, sem precisar de ver a escada toda. Isso é bom... porque ninguém vê a escada toda...
Vamos ficando magnânimos em vez de distantes. E os altos e baixos vão sendo mais harmonizáveis e integrados...
31 março 2008
25 março 2008
tragam-me os gritos de amargura
e as tormentas tempestades
e os golpes escondidos
e a crónica saudade
dêem-me as sobras dos vadios
e o vinagre mais amargo
e o desprezo empedernido
e a alma estilhaçada
pode vir tudo
eu não vou fugir de nada!
façam-me preso sem destino
e do amor desencontrado
levem tudo o que dá cor
e deixem o pesado
que venha a ferida escura e funda
e o choro desvalido
e o dia negro do difuso
e a meia-vida estagnada
pode vir tudo
eu não morro nem por nada!
e as tormentas tempestades
e os golpes escondidos
e a crónica saudade
dêem-me as sobras dos vadios
e o vinagre mais amargo
e o desprezo empedernido
e a alma estilhaçada
pode vir tudo
eu não vou fugir de nada!
façam-me preso sem destino
e do amor desencontrado
levem tudo o que dá cor
e deixem o pesado
que venha a ferida escura e funda
e o choro desvalido
e o dia negro do difuso
e a meia-vida estagnada
pode vir tudo
eu não morro nem por nada!
são apertos que chegam sem convite
e trazem as cores de quadros incompletos
em que o todo existe um tom abaixo
são vazios de tristezas tão repletos
esquiços imprecisos de planos pouco claros
das partituras que se tocam cá por dentro
que a sons cortados na raíz se aparentam
são moribundos rasgados aos bocados
são feridas do sonho que foi tudo
e por ser orfão já não é coisa nenhuma
são pálidos os sons do triste luto
que à estrada te devolvem resoluto!
e trazem as cores de quadros incompletos
em que o todo existe um tom abaixo
são vazios de tristezas tão repletos
esquiços imprecisos de planos pouco claros
das partituras que se tocam cá por dentro
que a sons cortados na raíz se aparentam
são moribundos rasgados aos bocados
são feridas do sonho que foi tudo
e por ser orfão já não é coisa nenhuma
são pálidos os sons do triste luto
que à estrada te devolvem resoluto!
24 março 2008
17 março 2008
vespa... o resto é conversa...
ok é um anúncio... mas tá muita bom!!!
se não fosse a vespa, o Axe não tinha efeito!!!
13 março 2008
03 março 2008
é que tenho saudades...!
não me levem a mal, a vida corre bem
só que tenho saudades
não dá p'ra não sentir
desse lugar cheio de Graça
de onde tive de partir
de acordar cansado, alma cheia
de ir ao pão com o cheiro da manhã
e a padeira a sorrir e voltar para rezar
ver a malta acreditar e a partir a missionar
saudades desses dias
em que sou melhor que nos outros
e à Vida dizer Sim
sem pensar nos meus desgostos
sentir o dever cumprido e a guerra ganha
e a Vida a transbordar, daqui ao fim do mundo
e a cada dia voar sem medos, no céu aberto à minha frente...
e o sorriso agradecido, de quem anda contente
e esse consolo de uma reza noite fora
que mal agarro na confusão mundana
e a gente à minha volta tão desperta
que não vejo nesta vida meio cigana
não desvendo os silêncios que lá tinha
e que chegavam com o sol de cada dia
nos barulhos da jincana lisboeta
tenho a saudade, minha velha companhia
e assim me sobra a arte de aprender
o esquivo ritmo deste urbano descompasso
e por sabê-lo, tão feliz poder dizer
que a saudade morreu no meu terraço!
só que tenho saudades
não dá p'ra não sentir
desse lugar cheio de Graça
de onde tive de partir
de acordar cansado, alma cheia
de ir ao pão com o cheiro da manhã
e a padeira a sorrir e voltar para rezar
ver a malta acreditar e a partir a missionar
saudades desses dias
em que sou melhor que nos outros
e à Vida dizer Sim
sem pensar nos meus desgostos
sentir o dever cumprido e a guerra ganha
e a Vida a transbordar, daqui ao fim do mundo
e a cada dia voar sem medos, no céu aberto à minha frente...
e o sorriso agradecido, de quem anda contente
e esse consolo de uma reza noite fora
que mal agarro na confusão mundana
e a gente à minha volta tão desperta
que não vejo nesta vida meio cigana
não desvendo os silêncios que lá tinha
e que chegavam com o sol de cada dia
nos barulhos da jincana lisboeta
tenho a saudade, minha velha companhia
e assim me sobra a arte de aprender
o esquivo ritmo deste urbano descompasso
e por sabê-lo, tão feliz poder dizer
que a saudade morreu no meu terraço!
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