odeio o jet-lag
fico fora de onde estou
e quando me vou procurar
não me encontro em lado nenhum
odeio o jet-lag
é um limbo fora de horas
leva-me as ganas e o jeito
e ando grogue o dia inteiro
odeio o jet-lag
não chega ser sem ter chegado
ainda tenho de estar num sítio
e deixar metade noutro lado...
25 setembro 2007
24 setembro 2007
talvez
já cheguei, acabou-se
voltei à terra conhecida
estou por cá, em vez de lá
nesta vida que é corrida
já cheguei, chegou ao fim
ou pode ser que continue
só depende do que trouxe
e da vida que há em mim
voltei à terra conhecida
estou por cá, em vez de lá
nesta vida que é corrida
já cheguei, chegou ao fim
ou pode ser que continue
só depende do que trouxe
e da vida que há em mim
18 setembro 2007
Valparaíso
A vida tem dias assim...
Tudo está tranquilo...
É tudo sereno e o barulho do mundo é um eco lá ao longe.
Só se ouve o que vem da alma...
É como estar do outro lado do vidro, ser do tamanho de uma mosca. Um espectador no teatro, à espera do segundo acto...
Tudo é sereno. Na confusao de formas e cores, nada destoa...
Só se ouve o silêncio... e essa velha conhecida, a dor que chega com a partida, traz o travo agri-doce.
E assim, nesse sereno momento partilhado a sós, bebes o teu chá de saudade e paz... Uma infusao de dor resignada. Sabes que chegou. É o momento de partir, é a hora de seguir, de viver o que vem depois.
E a vista segue bonita, às cores, tranquila e distante... sublime na sua paz... como que adormecida a saborear o sol que hoje saiu em força... e tu segues embalado nesse pedaço de céu que roubaste por um dia.
Nada destoa. O mar de casas é como uma companhia de trapezistas equilibrados nas encostas. A confusao de linhas, formas, ângulos , arestas, pilares, apoios e desapoios, é um marasmo de desequilíbrio, equilibrado...
Nada destoa, há espaço para tudo e lugar para mais nada.
Tudo é bom.
A cidade é um jogo de "sobe e desce", entre o mar e a colina.
É uma colecçao de montes e vales, de recantos e paraísos urbanos.
Valparaíso, vale o paraíso...
E agora neste instante e sentado nesta varanda, este céu na terra é meu...
Tudo está tranquilo...
É tudo sereno e o barulho do mundo é um eco lá ao longe.
Só se ouve o que vem da alma...
É como estar do outro lado do vidro, ser do tamanho de uma mosca. Um espectador no teatro, à espera do segundo acto...
Tudo é sereno. Na confusao de formas e cores, nada destoa...
Só se ouve o silêncio... e essa velha conhecida, a dor que chega com a partida, traz o travo agri-doce.
E assim, nesse sereno momento partilhado a sós, bebes o teu chá de saudade e paz... Uma infusao de dor resignada. Sabes que chegou. É o momento de partir, é a hora de seguir, de viver o que vem depois.
E a vista segue bonita, às cores, tranquila e distante... sublime na sua paz... como que adormecida a saborear o sol que hoje saiu em força... e tu segues embalado nesse pedaço de céu que roubaste por um dia.
Nada destoa. O mar de casas é como uma companhia de trapezistas equilibrados nas encostas. A confusao de linhas, formas, ângulos , arestas, pilares, apoios e desapoios, é um marasmo de desequilíbrio, equilibrado...
Nada destoa, há espaço para tudo e lugar para mais nada.
Tudo é bom.
A cidade é um jogo de "sobe e desce", entre o mar e a colina.
É uma colecçao de montes e vales, de recantos e paraísos urbanos.
Valparaíso, vale o paraíso...
E agora neste instante e sentado nesta varanda, este céu na terra é meu...
17 setembro 2007
duas metades
o meu coraçao tem duas metades
uma fresca e vibrante
e uma outra, mais hesitante
nem sempre sei em qual me encontro
parece, ás vezes, que em nenhuma
sao metades que me travam
por nao serem apenas uma
sao siamesas essas duas
nunca uma sem a outra
dá a velha, peso à que é de pluma
e fica a fresca de rédea curta
e neste jogo de cintura
a que eu chamo viver
vou sendo o que a vida me traz
algum dia serao inteiras
as metades que trago dentro
e no fim do meu caminho
talvez a unidade
o meu coraçao tem duas metades
Uma fresca e galopante
e a outra, mais irritante
ás vezes deixo uma, fica a outra
e acontece levar as duas
nos dias de felicidade
em que a boa ganha
à que é de segunda
uma fresca e vibrante
e uma outra, mais hesitante
nem sempre sei em qual me encontro
parece, ás vezes, que em nenhuma
sao metades que me travam
por nao serem apenas uma
sao siamesas essas duas
nunca uma sem a outra
dá a velha, peso à que é de pluma
e fica a fresca de rédea curta
e neste jogo de cintura
a que eu chamo viver
vou sendo o que a vida me traz
algum dia serao inteiras
as metades que trago dentro
e no fim do meu caminho
talvez a unidade
o meu coraçao tem duas metades
Uma fresca e galopante
e a outra, mais irritante
ás vezes deixo uma, fica a outra
e acontece levar as duas
nos dias de felicidade
em que a boa ganha
à que é de segunda
16 setembro 2007
estranha agonia
Voltar é partir de algum lado
É dar-se conta que a vida continua
Ouvir o bater compassado do tempo
E que depois do sol vem a lua
Voltar é seguir em frente
Com tudo o que ficou atrás
É sentir no infinito que há de gente
As marcas que deixaste e tudo o que já é teu
Voltar é arranjar espaço para guardar tudo
E ao ir e chegar e partir e regressar
Encher a mala de lugares
Os que já eram e os que foste buscar
E de uma só vez, deixas e recuperas
Pedaços de aquilo que és...
Voltar é partir de algum lado
Voltar é arranjar espaço para que nasça tudo
Voltar é saber que a vida continua
Com tudo o que tinhas e o que trazes
Para escrever essa história que é a tua
É dar-se conta que a vida continua
Ouvir o bater compassado do tempo
E que depois do sol vem a lua
Voltar é seguir em frente
Com tudo o que ficou atrás
É sentir no infinito que há de gente
As marcas que deixaste e tudo o que já é teu
Voltar é arranjar espaço para guardar tudo
E ao ir e chegar e partir e regressar
Encher a mala de lugares
Os que já eram e os que foste buscar
E de uma só vez, deixas e recuperas
Pedaços de aquilo que és...
Voltar é partir de algum lado
Voltar é arranjar espaço para que nasça tudo
Voltar é saber que a vida continua
Com tudo o que tinhas e o que trazes
Para escrever essa história que é a tua
06 setembro 2007
Los imprescindibles
"Hay hombres que luchan un dia y son buenos
Hay otros que luchan un año y son mejores
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos
Pero hay los que luchan toda la vida...
Esos son los imprescindibles..."
Bertolt Brecht
Hay otros que luchan un año y son mejores
Hay quienes luchan muchos años y son muy buenos
Pero hay los que luchan toda la vida...
Esos son los imprescindibles..."
Bertolt Brecht
A vida livre
É a pior coisa do mundo
Se nao parte cá de dentro
Gela o sangue num segundo
E respiramos porque sim
Parece que prende o que nao pesa
Dá ao pesado, o lugar da frente
Quando a vemos meio de longe
Ou sem deitar a capa fora
A vida livre é fugidia
E procurá-la é quase vê-la
Na vida livre a gente vibra
E chora e grita, e gira e voa
Existe outra, parecida
Onde tudo passa ao lado
É como no cinema
Só é preciso estar sentado
Nessa coisa de fingir
Nada tem risco ou sequer dor
É tudo morno, indiferente
Nao há frio, nao há calor
Amorfa tudo, nada escapa
E essa farsa de cobardes
Nao traz a côr ao mundo
Nem sabe o que é amor
A vida livre é fugidia
E encontrá-la foi vivê-la
Na vida livre, a gente vibra
E chora e grita, e gira e voa
Se nao parte cá de dentro
Gela o sangue num segundo
E respiramos porque sim
Parece que prende o que nao pesa
Dá ao pesado, o lugar da frente
Quando a vemos meio de longe
Ou sem deitar a capa fora
A vida livre é fugidia
E procurá-la é quase vê-la
Na vida livre a gente vibra
E chora e grita, e gira e voa
Existe outra, parecida
Onde tudo passa ao lado
É como no cinema
Só é preciso estar sentado
Nessa coisa de fingir
Nada tem risco ou sequer dor
É tudo morno, indiferente
Nao há frio, nao há calor
Amorfa tudo, nada escapa
E essa farsa de cobardes
Nao traz a côr ao mundo
Nem sabe o que é amor
A vida livre é fugidia
E encontrá-la foi vivê-la
Na vida livre, a gente vibra
E chora e grita, e gira e voa
Coisa oculta
Vem comigo, por favor
Nao me faças voltar sozinho
Vem cá dentro, ou onde fôr
Quero cruzar o mar contigo
Se este teu que levo dentro
Me doer, por estar vazio
E o de sempre fôr presente
Porque nao vieste comigo
Serei menos do que fui cá
Nao me faças ser sozinho
Vem comigo, por favor
Nao me espetes esse espinho
Que eu nao morra dessa dor
És qualquer coisa, plenitude?
Sentir-me solto, ser melhor
Nao tenho nome para ti
És um mistério no meu profundo
Vem comigo, por favor
Que eu nao cruze o mar sozinho...
Nao me faças voltar sozinho
Vem cá dentro, ou onde fôr
Quero cruzar o mar contigo
Se este teu que levo dentro
Me doer, por estar vazio
E o de sempre fôr presente
Porque nao vieste comigo
Serei menos do que fui cá
Nao me faças ser sozinho
Vem comigo, por favor
Nao me espetes esse espinho
Que eu nao morra dessa dor
És qualquer coisa, plenitude?
Sentir-me solto, ser melhor
Nao tenho nome para ti
És um mistério no meu profundo
Vem comigo, por favor
Que eu nao cruze o mar sozinho...
05 setembro 2007
Lumiére
Longe de tudo, perto de mim
Beber um chá no fim do mundo
Tudo é água, ora mar, ora chuvada
E o vento nao descansa um segundo
Uma vela, uma mesa, uma chávena
Uma agenda, a caneta e uma folha de papel
E cá dentro, às cores do quadro
Só lhes falta um pincél
Foi curto esse instante
Durou o que leva beber um chá
Nao chegou a ser momento
Nao passei de um olá
Quero voltar, quero voar
Estar comigo e contemplar
Beber um chá ou outra coisa
Na minha mesa, a minha vela
Voltar ao Lumiére, cheio de chuva
Saber do vento, que bate na janela
Como vai o céu na terra e o mar que nao desiste
E a minha alma na ilha das gaivotas
Onde o tempo nao existe
Beber um chá no fim do mundo
Tudo é água, ora mar, ora chuvada
E o vento nao descansa um segundo
Uma vela, uma mesa, uma chávena
Uma agenda, a caneta e uma folha de papel
E cá dentro, às cores do quadro
Só lhes falta um pincél
Foi curto esse instante
Durou o que leva beber um chá
Nao chegou a ser momento
Nao passei de um olá
Quero voltar, quero voar
Estar comigo e contemplar
Beber um chá ou outra coisa
Na minha mesa, a minha vela
Voltar ao Lumiére, cheio de chuva
Saber do vento, que bate na janela
Como vai o céu na terra e o mar que nao desiste
E a minha alma na ilha das gaivotas
Onde o tempo nao existe
02 setembro 2007
13 horas, 100 km/h, 1300 km
Pois é!
Cheguei a Puerto Montt!
Meti-me num autocarro ontem ao fim da tarde, e hoje de manha, umas boas 13 horas e cerca de 1300 km depois, cá estou eu!
Acho eu que sao cerca de 1300 km...! Como o autocarro nao podia passar dos cem (desespero! sempre que passava para 101 km/h, apitava um alarme...! desespero!), e a viagem fo, mais ou menos, 13 horas... noves fora nada... diz que dá 1300 km....! Longezinho hein?! Dá para sair de Lisboa, passar em Madrid, Barcelona e chegar quase aos pirinéus...!
Cá é normal...! A malta mete-se no carro e vai de férias para o lago....! Mil e nao sei quantos km depois, chegam ao paraíso...! Literalmente...!
Puerto Montt fica no sul. Tao a ver onde fica a ilha de Chiloé? Fica aí perto.
Acabei de chegar e tomar um banho, daqui a nada vou tomar o pequeno almoço. Ainda n conheço quase nada da cidade...!
Estou em casa da mesma família onde ficaram as amigas tugas que também andam por cá. Amanha passo para casa do Lalo, um amigo chileno, de schoenstatt, que conheci em Buenos Aires.
Como um bom tuga, enchi-me de lata e cravei-me à grande, ontem...! O plano era ficar num hostel antes de ir para casa do Lalo mas, nunca ninguém atendeu os telefones...! eheheh
Sao impecáveis! Estou muito bem instalado!
Tá muita bom!
Cheguei a Puerto Montt!
Meti-me num autocarro ontem ao fim da tarde, e hoje de manha, umas boas 13 horas e cerca de 1300 km depois, cá estou eu!
Acho eu que sao cerca de 1300 km...! Como o autocarro nao podia passar dos cem (desespero! sempre que passava para 101 km/h, apitava um alarme...! desespero!), e a viagem fo, mais ou menos, 13 horas... noves fora nada... diz que dá 1300 km....! Longezinho hein?! Dá para sair de Lisboa, passar em Madrid, Barcelona e chegar quase aos pirinéus...!
Cá é normal...! A malta mete-se no carro e vai de férias para o lago....! Mil e nao sei quantos km depois, chegam ao paraíso...! Literalmente...!
Puerto Montt fica no sul. Tao a ver onde fica a ilha de Chiloé? Fica aí perto.
Acabei de chegar e tomar um banho, daqui a nada vou tomar o pequeno almoço. Ainda n conheço quase nada da cidade...!
Estou em casa da mesma família onde ficaram as amigas tugas que também andam por cá. Amanha passo para casa do Lalo, um amigo chileno, de schoenstatt, que conheci em Buenos Aires.
Como um bom tuga, enchi-me de lata e cravei-me à grande, ontem...! O plano era ficar num hostel antes de ir para casa do Lalo mas, nunca ninguém atendeu os telefones...! eheheh
Sao impecáveis! Estou muito bem instalado!
Tá muita bom!
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