24 fevereiro 2015

Tudo boa gente.

Quando não se admite uma só verdade, ou sequer a possibilidade dessa verdade existir, é difícil construir ou encontrar edificado um conjunto de valores que todos seguimos e que nos seja exterior. Não há uma regra nova, intrínseca deste tempo. A maioria vai sendo e fazendo para não parecer mal, ou porque fica bem, ou porque sempre se fez. Não por aderir interiormente.
Porque não há nada neste tempo a que possamos aderir, a nossa vontade de adesão morre solteira.
Vamos andando, com valores emprestados de outro tempo, emancipados nas baias da cultura ocidental, sem derrapar. Até derraparmos. E a culpa é deste jeito pós-tudo e do inseparável par coisa-e-a-sua-desconstrução. E o super-homem teima em não aparecer.
Somos de matriz culturalmente cristã - frase mais oca.
Somos pessoas de bem, seguimos os bons costumes - ideia mais débil.

É, afinal, tudo boa gente.


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