30 outubro 2018

Prateleira de Outubro.


Outubro é mês de Movimentos.
A 5, o da nossa fundação que sete séculos depois, ao dia, recomeçou outra vez, deixando para trás um sangue que não se rompeu do primeiro Afonso ao último Manuel. Mudam as regras, continua a gente.
 A 13, o da romaria ao lugar que era lado nenhum, por causa de três crianças que eram coisa nenhuma, à espera da senhora do céu que era todas as coisas.
A 18, o de uma aliança numa capela perdida na floresta de um vale perdido, entre os montes perdidos de um lugar que não aparecia no mundo.
A 24 no lugar de são pedro do inverno, coração do império de todas as rússias, explode o do combate entre duas massas totais, e o Homem feito massa na primeira, sucumbiu de novo na segunda - regras totais não toleram pessoas.

Outubro é mês de movimentos transcendentes – na História e na alma.

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01 outubro 2018

Prateleira de Setembro.


Setembro é um mês feio. Lamento. É mês de vindimas, cantigas e lagares, mas eu não moro nesse paraíso. Vivo nos prédios e no trânsito. Há quem vibre com a agitação dos recomeços e das pastas e dos estojos. Eu suplico.
Pior do que as horas que duram menos é dar de caras com filhos que já fazem picotado, sem ninguém me ter pedido autorização - deixará o leitor acidental passar a nota mais íntima mas não será certamente indiferente ao escandaloso catarro da formiga. Eu lembro-me de fazer picotado! É coisa séria. 
Setembro tem um ar ameno, mas é de extremos - a 1 o da guerra que veio depois da que ia acabar com todas, a 11 o do terror impossível, a 20 o do cisma romano, em todo o mês o ciclone bolivariano. Setembro não é um mês para fracos.

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