Desculpem o tom talvez "negativo" do resto deste post...
Um dos problemas de não termos círculos uni-nominais, é que a única coisa que uma pessoa tem de fazer para ser deputado, é saber manobrar na máquina partidária. Não é preciso ser-se bom. Basta ser-se resiliente e aguentar a mesquinha luta intestina. Ainda para mais, irrita-me ver nulidades a debitar respostas em jeito de cortina de fumo, sabendo que foram lá parar com o nosso voto.
Para se entrar numa boa empresa é preciso passar inúmeras entrevistas, mostrar valor e competência. Para se ser deputado é só preciso... hum... ter jeito para alcovitar?
Em Portugal temos uma partidocracia, não temos uma democracia. Eu escolho um primeiro-ministro e dou carta branca a um partido para encher as bancadas com pessoas que eu não conheço, que não sei se são boas ou más, preguiçosas ou diligentes, inteligentes ou menos capazes, coerentes ou maleáveis, competentes ou incompetentes.
PS: O repórter Filipe Mendonça (?), acha estranho que o Núncio Apostólico tenha sido convidado. Coitado, confunde laicismo do estado com proibição de qualquer presença da esfera religiosa no espaço público. Estudou na mesma escola que o Afonso Costa, certamente. Em Portugal o laicismo do estado exerce-se pela negativa e isso é uma pena. Espero que tenham convidado representantes da comunidade judaica e muçulmana que, penso eu, juntamente com a igreja católica, compõem o "pódio" das confissões religiosas em Portugal. Se não o fizeram é um erro. Além de tudo isto, o Núncio Apostólico é também embaixador de um estado livre e independente com o qual Portugal mantém relações. Teria sempre direito a um convite.
O 25 de Abril não se pode ler sem o 25 de Novembro. Disto já todos se esquecem. Até os jornalistas.
O primeiro provocou uma mudança brusca de regime. De ditadura passámos a democracia, ou pelo menos, a uma sociedade tendencialmente democrática. Pelo meio tivemos um infeliz PREC do qual pagámos uma longa e pesada factura. Só com o 25 de Novembro é que Portugal consegue travar o voraz declínio "rumo ao socialismo" que, em pleno auge da guerra fria, nos levaria ao amigo que veio do frio.
Só não percebo porque é que não se comemora ou denuncia com a mesma força e com um discurso oficial igualmente marcado, coisas como a maioria silenciosa - manifestação legítima em democracia, contra a cavalgada do camarada Vasco. É curioso lembrar que no dia da manifestação a esquerda montou barricadas com o apoio de militares nos acessos a Lisboa. Tempos de muita liberdade esses do PREC. Só não percebo isto e uma série de outras coisas... mas depois não saíamos daqui.
É preciso mudar o disco, tirar a batuta aos fósseis, mudar o acto, virar a página.
Que os senadores escrevam as memórias. Que os derrotados tragam à luz do dia as suas. Que se ganhe a visão equilibrada. Que se avance.
"catch-phrase" muito catching de um amigo por tudo e por nada, o amigo e o uso da "catch-phrase"; gosto por "catch-phrases" e gosto em usá-las a elas e ao nome composto que lhes deram ("catch-phrase"), em frases como esta (ainda vou usar "catch-phrase" outra vez); apanhado pela "catch-phrase" comecei eu a usá-la; o uso gerou hábito que virou costume (o português, não o traje inglês), que deu mantra, vincou convicção e forjou lema; é que em quase todos os tempos da vida e sobre tudo o que nos acontece é possível dizer "tá muita bom"; isto não é "treta eat-pray-love", isto tem a ver com a Alegria cristã; nas dores, na explosão, na comoção, no épico e no banal é possível estar Alegre porque em Comunhão; nas coisas grandes ou pequenas, minhas ou dos outros, nas de ontem ou de hoje, em todas as de várias cores, a vida é um milagre, e isso tá muita bom.
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Às vezes caímos neste erro de achar que Jesus, e a nossa relação com Ele, são produtos que adquirimos para o nosso conforto e uso pessoal. Confundimos a Alegria, a Graça e a Consoloção com uma espécie de quentinho que não passa do plano do sensível e que "não consigo explicar". Relativizamos a Dor, o Pecado, a Desolação e o Deserto com um rápido "hoje não estou a sentir nada", como se assumissemos que o produto nem sempre funciona a 100% porque afinal, a nossa Fé tem qualquer coisa de Mistério.
Sem entrar em moralismos, mas talvez entrando um bocadinho, tenho de dizer: NÃO!
Temos de nos obrigar a ir mais longe que os sentimentos, mais fundo que as emoções. Temos de mudar o paradigma!
Jesus e a nossa relação com Ele não existem para nos servir. Não estão aí para andarmos "quentinhos". Não somos nós que por terno beneplácito determinamos dar-lhe a mão. É precisamente ao contrário. É o Criador que nos procura. É Jesus que bate à porta do nosso coração. A única pequenina coisa que fazemos é vencer o medo e entre-abrir a porta. Ou não fossemos nós como o pó da terra, sem Ele.
Mais: o paradigma é outro. Jesus vem ao nosso encontro por Amor e para o Amor. É por mim que vem ter comigo, mas é para eu me volte para fora, para o próximo. Não é só para que eu me sinta especial.
Jesus não quer um bando de gente anafada e "quentinha", obcecada com o bem-estar. Jesus e a nossa relação com Ele, não são produtos de uma espécie de spa espiritual.
Jesus quer gente pequena, imperfeita, intrépida, de Coração fresco e à flor da pele. Quer gente voltada para fora, voltada para o Amor, voltada para o Mundo e para o Próximo concreto e aparentemente banal dos meus dias rotineiros. Quer gente que dê graças e viva na Graça. Quer gente Bem-Aventurada.
Somos do Amor e para o Amor. Somos para a construção da Civilização do Amor.
Não somos do "quentinho", do confortável, do bem-estar acima de tudo, como se de uma espécie de curva de utilidade nos tratássemos.
Agora que já disse isto confortavelmente no meu blogue, posso ir à minha vida com o "quentinho" da auto-satisfação...
"My friends, I do not know why any of us should talk about reading. We want some sharper discipline than that of reading; but, at all events, be assured, we cannot read. No reading is possible for a people with its mind in this state. No sentence of any great writer is intelligible to them. It is simply and sternly impossible for the English public, at this moment, to understand any thoughtful writing,—so incapable of thought has it become in its insanity of avarice. Happily, our disease is, as yet, little worse than this incapacity of thought; it is not corruption of the inner nature; we ring true still, when anything strikes home to us; and though the idea that everything should “pay” has infected our every purpose so deeply, that even when we would play the good Samaritan, we never take out our two pence and give them to the host without saying, “When I come again, thou shalt give me four pence,” there is a capacity of noble passion left in our hearts’ core. We show it in our work,—in our war,—even in those unjust domestic affections which make us furious at a small private wrong, while we are polite to a boundless public one: we are still industrious to the last hour of the day, though we add the gambler’s fury to the laborer’s patience; we are still brave to the death, though incapable of discerning true cause for battle; and are still true in affection to our own flesh, to the death, as the sea-monsters are, and the rock-eagles. And there is hope for a nation while this can be still said of it. As long as it holds its life in its hand, ready to give it for its honor (though a foolish honor), for its love (though a selfish love), and for its business (though a base business), there is hope for it. But hope only; for this instinctive, reckless virtue cannot last. No nation can last, which has made a mob of itself, however generous at heart. It must discipline its passions, and direct them, or they will discipline it, one day, with scorpion whips. Above all a nation cannot last as a money-making mob: it cannot with impunity,—it cannot with existence,—go on despising literature, despising science, despising art, despising nature, despising compassion, and concentrating its soul on Pence."