26 abril 2012

Chega de mediocridade.


Desculpem o tom talvez "negativo" do resto deste post...

Um dos problemas de não termos círculos uni-nominais, é que a única coisa que uma pessoa tem de fazer para ser deputado, é saber manobrar na máquina partidária. Não é preciso ser-se bom. Basta ser-se resiliente e aguentar a mesquinha luta intestina. Ainda para mais, irrita-me ver nulidades a debitar respostas em jeito de cortina de fumo, sabendo que foram lá parar com o nosso voto.
Para se entrar numa boa empresa é preciso passar inúmeras entrevistas, mostrar valor e competência. Para se ser deputado é só preciso... hum... ter jeito para alcovitar?
Em Portugal temos uma partidocracia, não temos uma democracia. Eu escolho um primeiro-ministro e dou carta branca a um partido para encher as bancadas com pessoas que eu não conheço, que não sei se são boas ou más, preguiçosas ou diligentes, inteligentes ou menos capazes, coerentes ou maleáveis, competentes ou incompetentes.

PS: O repórter Filipe Mendonça (?), acha estranho que o Núncio Apostólico tenha sido convidado. Coitado, confunde laicismo do estado com proibição de qualquer presença da esfera religiosa no espaço público. Estudou na mesma escola que o Afonso Costa, certamente. Em Portugal o laicismo do estado exerce-se pela negativa e isso é uma pena. Espero que tenham convidado representantes da comunidade judaica e muçulmana que, penso eu, juntamente com a igreja católica, compõem o "pódio" das confissões religiosas em Portugal. Se não o fizeram é um erro. Além de tudo isto, o Núncio Apostólico é também embaixador de um estado livre e independente com o qual Portugal mantém relações. Teria sempre direito a um convite.


1 comentário:

Pyny disse...

Fiquei absolutamente chocado com a mediocridade desta reportagem! O repórter é tão fraco como muito dos entrevistados, o que revela a falta de mérito e de responsabilidade que espelha o nosso país. A ignorância deste repórter no que se refere ao protocolo de Estado e à questão da Laicidade devem tudo aos grandes contributos de Afonso Costa, de facto. Esta, infelizmente, é a mentalidade que vigorou graças aos esforços hercúleos da 1.ª República. É difícil alterar, agora, a mentalidade de um povo.