29 novembro 2010

História breve do índio guarani.

De uma playlist que a Matilde pôs aqui,
Chega a história do índio guarani.

A playlist:

1. Julian Casablancas – Tourist
2. Humanos – Quero É viver
3. Beach House – Wedding Bell
4. David Fonseca e Rita Redshoes- Hold Still
5. Tiago Guillul – Beijas como uma Freira
6. GNR – Efectivamente
7. Os Pontos Negros – Conto De Fadas De Sintra A Lisboa
8. Alicia Keys – Empire State Of Mind
9. B Fachada – Conceição
10. Caetano Veloso – Alegria, alegria
11. Florence and the Machine – Dog Days Are Over
12. Little Joy – Brand New Start
13. Guilherme Arantes – Cheia de Charme
14. Camera Obscura – Lloyd, I’m Ready To Be Heartbroken
15. MGMT – Time To Pretend
16. Sia – Lentil
17. Jorge Palma – Jeremias O Fora da Lei
18. Vampire Weekend – A-Punk
19. Os Azeitonas – Mulheres Nuas
20. The National – England


A breve história do índio guarani:

É… lá na tribo é que era…

Depois um dia veio um Tourist inglês, claramente num Empire State of Mind que me disse para Hold Still enquanto ele tirava uma fotografia. Eu fartei-me e tinha chamado a GNR se houvesse lá na selva!!!
Quando lá vivia, fui sentindo cada vez mais forte uma voz a dizer Quero é Viver e então um dia parti. Despedi-me das Mulheres Nuas (foi duro) e pus-me a caminho! The Dog days Were Over! Era tempo de um Brand New Start!

Cheguei a Portugal e conheci a Conceição. O nosso tempo juntos foi um Conto de Fadas de Sintra a Lisboa… Literalmente! Chegámos a Lisboa e eu disse que tínhamos de falar. Ela percebeu onde eu queria chegar e disse “Lloyd (era a minha alcunha), I’m ready to be heartbroken…”
Ainda meio atarantado por ela ter percebido logo disse-lhe “Conceição… o problema é que tu beijas como uma freira…”. Ela deu-me um par de estalos (merecido) e disse-me, cuspindo ódio e mágoa, que eu era pior que o Jeremias o fora da lei… Depois de defender o seu orgulho acalmou-se, constatou que Efectivamente só tínhamos durado de Sintra a Lisboa, abriu um sorriso, olhou-me bonita e serena (mas à mesma sem saber dar beijinhos), disse “Lentil”… e partiu.
Nunca mais vi a Conceição e nunca percebi o que quer dizer Lentil. Foi assim a história da minha primeira namorada portuguesa!

O tempo passou, eu aculturei-me, arranjei um trabalho e achei que era Time to Pretend que gostava daquilo até aparecer uma coisa melhor.

Quando a vi pela primeira vez, a minha vida virou um turbilhão de emoções! Os planos desfizeram-se! Fui levado ao limite, deixei-me de pretend e aí percebi a verdade: Ela tinha ser minha, ou então eu dela! Era indiferente! Tínhamos era de ficar juntos!

Atravessei o bar enquanto revia na minha cabeça o que lhe ia dizer. Ela desarmou-me Cheia de Charme, no primeiro “olá”… ainda tentei fazer cara de mau como A-Punk mas não serviu de nada! Os primeiros minutos foram atordoantes! Tentei manter-me à tona como podia! Ela contava-me como tinha vivido em England e eu só lhe podia dizer que nunca tinha lá ido! A angústia desse primeiro encontro…! Mas, Alegria, alegria!!! Ela queria voltar a ver-me!!! E eu fui! E vimo-nos! E fomo-nos vendo…!

Vimo-nos durante dois anos até decidirmos que já não queríamos ver outra coisa até ao fim da vida!!!
Então agarrei nas minhas poupanças, comprei o melhor sino que encontrei e disse-lhe que era um Wedding Bell… (tive bem… tive muito bem!). Ela disse-me que sim e casámos uns meses depois. Trocámos colares de sinos (nós os guarani fazemos assim), e os últimos 60 anos foram os melhores da minha vida…

Ela partiu o mês passado. Selpultei-a com terra da minha aldeia.
Agora vou andando. Tenho de aprender tudo outra vez. Era o que ela quereria, acho eu…
Sempre fui eu que fui dela…

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