30 novembro 2015

Das mesas.

Uma mesa é uma mesa.
Tem pernas e um tampo.
Põe-se um pano e está pronta.
Uma mesa é uma mesa. pronto.

Há grandes, pequenas, fortes e fracas.
Fartas, magras, perras ou empenadas.
Feitas de pedra e ferro, ou martelo e prego.
Da melhor madeira, ou da pior maneira.

Uma mesa é uma mesa.
Tem pernas e um tampo.
Põe-se um pano e está pronta.
Uma mesa é uma mesa, pronto.

Há mesas em palácios, ou que se esgueiram em casebres.
E em todos os outros lugares que a gente concebe.
Há mesas para bodas. Há mesas até para manjedouras. 
Que são as maiores de todas, que são o Altar.

E há outra, a dos meus pais.
Que é feita de herança e restauro, para depois seguir caminho.
Que a todos acolhe, todos transforma, todos envia.
Que nos reúne, que mata saudades, que alimenta a alma.

Nessa mesa também se come.
Mas o que mais lá se faz é estar.
Uns com os outros, todos com os pais.
Naquela mesa cabe tudo, seja a rir ou a chorar.
Tudo menos asneiras, peneiras, e cotovelos...

E quando quase a perdemos quando quase sem o pai ficámos,
Ai que aperto e desafogo quando à mesa enfim voltámos!

À mesa vive-se. À mesa é onde a família se reúne.
À mesa é onde a família se une.
O resto é ornamento.

Uma mesa é uma mesa.
Tem pernas e um tampo.
Põe-se um pano e está pronta.
Uma mesa é uma mesa, pronto.

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