Quando se perde de quem se veio, vai embora muita coisa. Não faria tanto frio se não fosse assim, e o espaço que fica, cheio de nada, aperta como se a empurrar as paredes de tudo o resto.
Silêncio. De quem veio de quem já não está cá, de quem ficou metade, de quem se junta na hora solene. O Senhor faz-se Corpo e Sangue. Vem a fila de gente, olhos rasos, coração pequeno, abraço pronto, prontos que estão a fazer companhia. Mas sobra frio. Sempre o frio. Fica depois, quando todos partem, junto ao pinho a metade desmontada - nunca mais vai servir senhor que possa morrer.
Sem comentários:
Enviar um comentário