É um Mistério. É eternidade no quotidiano corriqueiro e tantas vezes desordenado. É ver nascer cá dentro a vontade de chegar um dia a ser mesmo Pai. É a alegria de isso te fazer ser melhor Filho. É sentires-te portador de um testemunho, de um tesouro que passa agora a estar ao teu cuidado. É crescer, finalmente.
É atascares-te de biberons e desoras de sono, e sacos e fraldas e ovos e rodinhas. É tentar vestir roupas minúsculas com dois milhões de molinhas impossíveis - quem é que inventou essa cena?! É ficar de cabeça em papa, porque o teu filho não come a papa. É nunca mais sair de casa, simplesmente. E por causa disso, ser enfim livre. Como nunca antes foste. Porque se cumpre a tua própria natureza.
É vê-los reconhecer-nos cada vez mais e rirem-se porque "chegou o meu paizão!"- não há coisa mais energizante que isso, salvo talvez, o sorriso enternecido da mulher da tua vida. É dizeres a ti mesmo, com a força daqueles momentos realmente vitais: "tu não o vais deixar cair nunca".
É ser Homem. É morar ainda mais no coração da tua mulher e, por isso, ser salvo.
2 comentários:
É claro que gostei deste texto. Um abraço
Afonso
eheh
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