"Não é claro que a “fuga de cérebros” possa ser resolvida de modo jurídico-laboral, nem que possa ser travada com dinheiro. Aumentar o número de bolseiros de investigação por metro quadrado e funcionalizá-los não significa que as cabeças relevantes irão permanecer no país, a não ser por comodidade e, vá, amenidade de clima. Aquilo que fixa o género de cérebros que nos importa manter — e aliás atrair para o país — não é somente as condições de estabilidade de carreira (que afinal existem, bem mais atractivas, noutros lugares), mas a existência de uma comunidade intelectual estimulante. Atirar dinheiro para as universidades não é condição suficiente para que tal se estabeleça num país, muito menos num país pequeno."
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3 comentários:
Está muito bom João! Porém, parece-me que comunidades estimulantes em Portugal até existem bastantes. O problema passa muito mais pelas condições de estabilidade de carreira! Pelo menos nas áreas científicas! Abraço
Mas sobre a não exitência de carreira ele também fala e reconhece. O que ele critica é o entitlement e a ideia de que a universidade tem apenas e só como fim, dar uma carreira a uma pessoa. lestes-le-o todo?
Li sim senhor! E também li que não deve ser considerado "contribuição" os trabalhos de investigação. É uma zona muito cinzenta, de facto! As pessoas habituaram-se a exigir de mais da FCT e das universidades. Como se fosse dever das universidades e da FCT dar emprego a toda a gente que se doutora! Como sempre, é um problema de qualidade! Os melhores acabam sempre por conseguir que a sua investigação continue e seja subsidiada. Se os projectos são pouco interessantes e a qualidade dos estudantes é duvidosa, porque é que devem esperar uma carreira académica? Enfim! As coisas agora já estão a mudar, e isso é bastante bom! Abraço
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