“O
Senhor mostrou o poder do Seu amor, como tinha anunciado pela boca dos
profetas.”
O
Senhor mostrou.
Deus
Nosso Senhor, o Todo-Poderoso, o eterno Senhor de todas as coisas, o Criador do
Universo, escolhe mostrar-se. E escolhe mostrar-se a mim, pobre mendigo do
altar.
Ele
é outra coisa, está noutro plano, mas entra no meu, mete-se nas minhas coisas.
Que
maravilha. Que impossibilidade. Que demora interior…
Podíamos
ficar por aqui e ficávamos bem.
O
poder do Seu amor.
Não é a grandeza da Sua glória, ou a Sua
omnipotência ou o senhorio de todo o universo. É o seu Amor que escolhe mostrar.
É o seu Amor que está uma e outra vez à minha espera. É o seu Amor que me salva
e acalma. Que me sustém e pacifica. É o seu colo que me cura quando caio. É a
sua verdade que me liberta. É a sua paciência que espera por mim e a sua
caridade que me educa. É a sua graça que me alimenta e faz o meu cálice
transbordar.
Como
tinha anunciado.
Não
somos marionetas nas mãos de um mestre de caprichos. A vida não é um jogo de
cabra-cega.
Não
é automática nem é sempre fácil mas, não tem de ser às cegas. O bom Deus não
está entretido a ver-nos correr à toa.
Ele
escolhe profetas e faz-se anunciar. Dá-nos pistas e fortaleza. Anima a nossa
esperança e usa a nossa própria vida para nos dar o mapa. Não
vamos sozinhos.
Se
vivêssemos com isto realmente presente, andaríamos de olhar sempre ligeiramente
levantado aos céus e sorriso consolado como quando nos bate o primeiro sol da
primavera e começamos finalmente a secar os ossos. Tropeçaríamos nas coisas dos
homens, é certo. Mas vale mais o sol que uma nódoa negra.
No fim, depois de tudo, para lá dos enganos e soberbas, quando finalmente sou capaz de ver, é Ele que vejo e é o Seu abraço que me espera.
Ele
espera pelos pródigos. Ele espera por mim.